segunda-feira, 9 de julho de 2012

SÔNIA GALVÃO




Estive conversando hoje com Sônia Galvão, uma sãomiguelense que tem muita história para contar. De viagens. De amores. De paixões. De decepções. De vida.
De vez em quando Sônia faz poesia, do tipo poesia profunda. Como a que transcrevo a seguir, e que faz parte do livreto "`PÁSSAROS SEM ASAS", publicado em 2.010 pela Editora Trombetti, da família Válio:

MENOR ABANDONADO

Que saudade tenho da minha querida infância...
Os anos se passaram.
Hoje, só queria
ser de novo uma criança,
correr e correr,
gritar e chorar,
seja pelo pedaço de pão,
seja pelo colo materno.
Hoje, já velho, cansado,
tenho saudades, sim,
mas quase tudo continua a mesma.
- Sou um velho abandonado.
Sinto saudades das brincadeiras,
dos antigos amigos,
até das choradeiras...
Não tinha leite para beber,
quanto mais a mamadeira...
Vivi no abandono.
Há quem afirme que o velho
sempre volta a ser criança,
portanto, continuo sendo
o menor abandonado.




Capa de Thaís Aparecida Válio da Rocha.

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