sábado, 26 de agosto de 2017

SOROCABA JÁ SE CHAMOU ITAPEBOÇU

Denominações anteriores: Itapeboçu ou Itavuru.
Fundador: Baltazar Fernandes.
Data da Fundação: 1589.



 
Os historiadores que têm estudado a história da fundação de Sorocaba, dão o ano de 1589 como sendo o princípio da povoação, isso é em virtude de ter sido construída por Afonso Sardinha, o Môço, a primeira casa, na região, em consequência da montagem de dois engenhos de fundição de ferro, um dos quais foi doado a D. Francisco de Souza, então governador geral do Brasil. 
Esse começo de povoado, ainda segundo a opinião dos historiadores, tomou o nome de Nossa Senhora de Monte Serrat.
Em 1611 o povoado foi mudado para a beira do Rio Sorocaba, sob a invocação de São Felipe, em homenagem ao rei da Espanha. 
Entretanto, assim, como o primeiro não vingou o segundo povoado, que teve o nome de Itapeboçu ou Itavuru.
Em 1654, o capitão Baltazar Fernandes acompanhado de familiares e escravos seus, fundou o novo povoado, ao qual determinou chamar Sorocaba, denominação essa que tem a sua origem na língua tupi-guarani que significa terra fendida, rasgada (çoro-aba). 
O novo povoado progrediu desde logo e, em torno da capela erigida em louvor e homenagem a Nossa Senhora da Ponte de Sorocaba, formou-se o núcleo central do aglomerado, razão pela qual o capitão Baltazar Fernandes requereu a transferência do Pelourinho “meia légua do lugar que levantou o Sr. Francisco de Souza”, requerimento esse que foi despachado favoravelmente em 3 de março de 1661, sendo então o povoado elevado à categoria de vila.
A vila de Sorocaba foi, finalmente elevada à categoria de cidade, pela Lei provincial de n.° 5, de 5 de fevereiro de 1842, tendo sido criada a comarca, pela Lei provincial de n.° 39, de 30 de março de 1871.
Foi importantíssimo o papel desempenhado por Sorocaba no século XIX, quando se desenvolveu em todo País o tropeirismo. A cidade, por força de sua situação geográfica privilegiada, transformou-se no eixo geo-econômico, entre as regiões norte e sul do Brasil, empenhadas na mineração e nas reservas florestais, - o norte, - e na produção de animais de carga, o Sul. O chamado ciclo muar só declinou com a inauguração da estrada de ferro Sorocabana, em 1875.
Pouco antes, porém, importantes acontecimentos foram registrados em Sorocaba. 
Primeiro, em 1852, houve o ensaio inicial com referência a implantação da Indústria, no Estado de São Paulo, por iniciativa de Manuel Lopes de Oliveira. 
Essa iniciativa não foi bem sucedida, e iniciou-se então, outro movimento pioneiro: o do plantio do algodão em São Paulo e, talvez, no Brasil, em 1856, dando sequência ao período do desenvolvimento da policultura, com a intensificação do plantio do algodão herbáceo, em vez do arbóreo, usado até então.
Em 1881, verificou-se a consolidação do surto inicial com a construção da fábrica N. S. da Ponte, por Manuel José da Fonseca, cujo funcionamento ocorreu-se no dia 2 de dezembro de 1882, em meio a grandes festas. É de notar-se que este novo ciclo de progresso ganhou vulto em consequência da inauguração da Estrada de Ferro Sorocabana, observando-se que, gradativamente, os Sorocabanos se adaptaram à nova vida, cuidando de estabelecer de maneira sólida o que é hoje o principal Parque Industrial do interior do Estado de São Paulo.
O ensino, foi, também, carinhosamente tratado, desde 1830. Tem-se notícia do primeiro professor público, que foi Gaspar Rodrigues de Macedo; o consagrado D’Abreu Medeiros foi o mestre da segunda escola pública, em 1837. 
Em 1886 foi criado, pela Câmara Municipal, o Liceu Sorocabano. 
O Colégio União Sorocabano foi inaugurado em 3 de meio de 1874, mas teve duração efêmera. Nessa época, funcionavam na cidade os colégios Teuto-Brasileiro, o de Claro Eugênio França e o externato de D. Escolástica de Almeida Rosa. 
Essa tendência acentuou-se vertiginosamente nos últimos anos razão pela qual o ensino, nos seus diferentes graus, alcançou lugar de destaque na vida do município, chegando a equivaler ao surto de progresso Industrial.
Vê-se, por aí, que três ciclos distintos marcaram o progresso da cidade fundada por Baltazar Fernandes. 
No primeiro ciclo, o tropeirismo durante o qual marcaram as famosas e lendárias feiras, concorrendo para projetar a cidade por todo território nacional. Ainda neste ciclo observa-se o progresso da policultura e o pioneirismo do plantio do algodão.
No segundo ciclo nota-se a indústria a ocupar lugar de destaque e evidência, concorrendo para a recuperação e reabilitação da economia sorocabana. Essa evolução contínua, motivo pela qual a posição e a situação de Sorocaba estão perfeitamente consolidadas, justifica o cognome de “Manchester Paulista”.
Finalmente verifica-se o terceiro ciclo, que é do ensino e que no momento está prestes a atingir a plenitude, com as suas faculdades, ginásios, escolas normais, grupos escolares e escolas técnicas, concorrendo para formar na cidade um dos mais heterogêneos aglomerados do País.
O modesto conjunto de 30 casas transformou-se numa majestosa cidade que ocupa lugar de destaque tanto no Estado como no País, visto como sendo a 5.ª cidade bandeirante em densidade de população, e a 8.ª do Brasil em produção industrial. Como preço desse progresso, constata-se o desaparecimento de muitos costumes típicos que caracterizavam a cidade e o povo, principalmente no sentido folclórico. São raros os costumes antigos que ainda prevalecem, destacando-se entre os de ordem religiosa. Os costumes típicos populares, os festejos profanos, desapareceram, ganhando o povo e a cidade novos hábitos, nova formação de costumes, e também forças para poder escrever novos capítulos da história.
 
Origem do nome
COÇO – ABA sub-verbal de “çorg” quer dizer rasgar, romper, rasgão ou ruptura, etc., em alusão às escavações e erosão do solo neste lugar. Terra rasgada, fendida.

Fonte: dr. Pintassilgo.
 

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