terça-feira, 7 de agosto de 2018

POLÊMICA POR QUE? O GENERAL NÃO DISSE MENTIRA E ATÉ USOU O VERBO NO PLURAL, INCLUINDO-SE. MAS POR QUE TRATAR DESSE TEMA QUANDO O VOTO TERÁ QUE VIR DESSE POVO INDOLENTE E MALANDRO, Ó GENERAL?

Entidades repudiam fala de general vice de Bolsonaro sobre negros e índios. 
Durante evento no RS, general Mourão disse que Brasil herdou 'indolência' do índio e 'malandragem' do africano. 
Em nota, ele afirmou que se baseou em 'estudiosos gabaritados' para se manifestar.


Entidades reagiram nesta terça-feira (7) à declaração do general Antonio Hamilton Mourão (PRTB), candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PSL) nas eleições de 2018, que disse que o Brasil herdou "indolência" da cultura indígena e "malandragem" do africano.
A declaração foi dada durante um evento em Caxias do Sul (RS).
"Essa herança do privilégio é uma herança ibérica. Temos uma certa herança da indolência, que vem da cultura indígena. Eu sou indígena, minha gente. Meu pai é amazonense. E a malandragem, Edson Rosa (vereador de Caxias do Sul), nada contra, mas a malandragem é oriunda do africano. Então, essa é o nosso cadinho cultural. Infelizmente, gostamos de mártires, líderes populistas e dos macunaímas", afirmou Mourão, em trecho gravado pelo jornal "Pioneiro".


Por meio de nota, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) disse que repudia veementemente a declaração do general, e que ela alimenta o racismo. Segundo a entidade, a fala é injusta, injuriosa e criminosa, e deve ser investigada pelo Ministério Público Federal.
"Tais declarações explicitam profunda ignorância e alimentam o racismo de parcela da sociedade brasileira contra essas populações historicamente injustiçadas e massacradas em nosso país", diz o Cimi na nota.
Também por meio de nota, a ONG Educafro disse estar preocupada com a visão "equivocada" da participação do povo negro na construção do Brasil. Para a ONG, a fala do general Mourão é "ofensiva" à comunidade negra.
Por telefone, a presidente da Comissão de Igualdade Racial da Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo (OAB-SP), Cármeno Dora de Freitas, disse que a fala do general caracteriza apologia ao racismo.

O candidato à Presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro, posa para foto ao lado do general Mourão durante sua posse na presidência do Clube Militar, no centro do Rio de Janeiro, em junho de 2018 (Foto: Fábio Motta/Estadão Conteúdo)

General Mourão
Após a repercussão de sua fala, Mourão disse por telefone que foi mal interpretado e que em momento algum fez referência a indígenas e africanos de forma pejorativa.
Afirmou ainda que não é racista, reforçou sua origem indígena, e disse que "o brasileiro precisa conhecer a sua origem para as coisas boas e não tão boas".
Em nota divulgada nesta terça, o candidato a vice-presidente disse que, ao dar a declaração, se baseou em "estudiosos gabaritados da nossa nacionalidade" e que o contexto da fala foi o da "herança cultural".
"Esse contexto trouxe heranças positivas e negativas, sem distinção de cor e raça, para todos os brasileiros", concluiu.

Bolsonaro
Questionado por jornalistas no plenário da Câmara, nesta terça-feira (7), sobre as declarações de Mourão, Bolsonaro afirmou:
"A mãe dele [do Mourão] é índia. O que é indolência? Capacidade de perdoar, é isso? Funcionário, vê aí, funcionário, o que é indolência... Aquele que perdoa, não é isso?"
Indagado sobre a possibilidade de a fala de Mourão prejudicá-lo como candidato a presidente, Bolsonaro disse: "Eu respondo pelos meus atos e ele responde pelos dele".

G1

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