domingo, 29 de abril de 2012

A ÚLTIMA CHURRASCADA NA FAZENDA BOM RETIRO.



A foto acima reproduz a cidade de São Miguel Arcanjo, minha terra natal.
As terras lá no alto pertenceram ao meu avô, Major Luiz Valio; depois dele, ao meu pai, Luiz Valio Júnior e hoje estão lá do jeitinho que eram antes.
Chamava-se "Sítio Bom Retiro"

Como eles amavam essas  terras!

Para nós, seus filhos, nada significaram, porque terra 
é para quem gosta, não para quem herda.

Quando em 1.992 vendemos as terras para Antonio Ayub, eu ainda residia em São Paulo; para despedir-me delas, trouxe amigos de São Paulo e fizemos lá uma bela churrascada.

O saudoso Elpídio Delacqua, que passou a administrar aquelas terras, era um dos melhores "churrasqueurs" da cidade e foi ele quem, na maior boa vontade e amizade, esteve conosco naquela dia, o qual encompridamos até altas horas da noite, pois a noite estava lindíssima e o céu salpicado de pontos luminosos. 


O Elpídio eu já conhecia desde a década de 70 quando lecionei por dois anos na "Escola Municipal da Fazenda Dom Bosco", fazenda essa de propriedade de João Cereser, o homem que deu nome ao vinho de "São Miguel Arcanjo".

Junto comigo, as professoras Maria Alice Silva, hoje residindo em Pilar do Sul (é mãe de um grande músico e advogado), e a saudosa Alice Arantes Galvão, fomos as primeiras professoras do lugar, desde quando as aulas eram dadas num salão pegado à residência de João Cereser. 


Pegado à nova Escola havia uma extensa mata: nossas aulas eram constantemente embaladas pelo som dos bugios. 

Retornando à memória anterior, sem o saber, despedíamos de Elpídio naquele dia.

Também foi a última vez que vi o lugar onde vivi minha primeira infância e adolescência. Falo assim porque ao começar a estudar, fui morar com minha avó à Rua Governador Pedro de Toledo, 500; depois de sua morte, em 1.963, aí, sim, passei a morar definitivamente com meus pais ora no Sítio, ora na cidade, numa casa da família Valio que ficava na esquina da Rua Cônego Francisco Ribeiro com a Monsenhor Henrique Volta, já inexistente.  

Algumas fotos daquela época contam um pouco sobre a história da Imobiliária Digimóvel, localizada no Itaim Bibi, onde eu trabalhava. 

Desde a mulher do cafezinho, até a recepcionista, a telefonista, o office-boy, o corretor de imóveis, os irmãos do corretor, eu, na época, Gerente Administrativo e o proprietário aparecem nas fotos. Teve gente que não quis aparecer, porque estava filmando o local.

Na sétima foto, o Elpídio. Na 13a., o dono da firma. Na  15a., o pé de jatobá, também conhecido como pão-de-ló-de-mico que todos nós adorávamos, principalmente depois de uma chuva com vento que acabava derrubando seus frutos deliciosos. Na primeira foto, a minha sala de trabalho.









 















Por que estou saudosista hoje?

Porque recebi uma ligação do ex- corretor José Pinto Reis, presente nas fotos, que atualmente é proprietário de sua própria Imobiliária. 

E estamos planejando um encontro aqui em São Miguel Arcanjo, depois de 20 anos deste evento e depois de dezoito anos sem nos vermos pessoalmente.
Que coisa boa!

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