quinta-feira, 25 de outubro de 2012

A SEMENTE QUE VAI MORRER.



Nas matérias de História do Brasil e de Português, quem não se lembra? 
O índio tornou-se personagem apenas de lendas como a do milho, da mandioca, do guaraná, do boitatá, do uirapuru, etc. Na aula de Artes, a gente desenhava o cocar e seus instrumentos de caça e pesca, além da oca e da taba, que aprendemos a distinguir.
Na de Geografia, nunca nos informaram onde é que esse povo morava, nem sobre a população que restara depois da invasão das terras brasileiras pelos conquistadores viajantes.
Na de Música, aprendemos a fazer som com maracá, chocalho, flauta de pã, apito, etc. 
Muitos índios morreram em nome da civilização.
Outros tantos devido à miscigenação.
E, levando-se em conta a necessidade de aculturação, a cultura indígena sofreu grandes perdas, pois nesse processo sempre há sobreposição daquela cultura supostamente mais forte que a vai absorvendo.
Sou da opinião de que o índio, aquele que deseja continuar vivendo na mata, tendo sua terra para cultivar, já não devia existir mais. 
São mais de 500 anos de história.
Cinco séculos deveriam ter servido para uma integração melhor entre essas raças, mas acredito que o branco é que não soube ou não teve vontade nenhuma de fazer esse ajuntamento de culturas.
Quanta história de vida que não foi contada!
Quanto mistério continuou oculto nas memórias!  
Agora, a notícia sobre um grupo de 170 índios da etnia guarani-caiová, tendo entre eles 50 homens, 50 mulheres e 70 crianças, que estão sendo despejados, porém, "prontos para um suicídio coletivo", acampados em Iguatemi, no Mato Grosso do Sul.
E a Fundação Nacional do Índio (Funai), que foi criada para promover e proteger os direitos dos povos indígenas, simplesmente abaixa a cabeça, porque reza a mesma cartilha dos brancos que são donos das melhores terras, dos brancos que batem o martelo da justiça no Brasil.
Aos índios, nada, ou melhor, só as piores terras!
A ordem dada pelo juiz federal Henrique Bonachela equivale a mandar que eles se matem!
E se isso acontecer, que este juiz morra com sua branca consciência!

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