quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

O DRAMA DO MÚSICO E COMPOSITOR RENATO TEIXEIRA: QUASE DOIS ANOS.

Músico João Lavraz morreu em 1º de novembro de 2014. Do R7


João Lavraz e Renato Teixeira. Reprodução Jornal Contato.

De acordo com texto publicado no jornal Contato, o músico admitiu que o rapaz cometeu suicídio, mas não explicou detalhadamente a causa da morte.
Em um texto emocionado, o músico mostrou serenidade e aceitação com o fato. 
Na crônica, Renato diz que, apesar de ter outros três filhos e seis netos, sente muita falta de João. 
Uma das recomendações do músico é para que todos passem a amar mais a família.
João acompanhava o pai em turnês, tocando baixo na banda de apoio. Além disso, o músico tinha um projeto familiar com Renato e o irmão Chico Teixeira.
Confira na íntegra o texto de Renato Teixeira publicado no jornal Contato:

"Meu filho João cometeu suicídio. 
Então tudo fica muito estranho e a vida meio que perde um pouco o sentido. 
Um vácuo, um vazio. 
São dias difíceis que precisam ser administrados com coragem e, principalmente, humildade, para poder aceitar os desígnios da natureza sem se deixar levar pelo desespero.
Os amigos nessa hora são um esteio, uma proteção contra a aflição. 
Nos momentos limítrofes, pensei e chorei baixinho por todos os que se foram como ele e em todos os que ficaram, como eu fiquei. Unido na dor de outros seres, serenei o que me foi possível serenar. 
Nada a fazer. 
A grande nau segue viagem e eu terei que viver o que me resta, conversando comigo mesmo, tentando consolar meu coração. Quando Jorge (Kather) me abraçou me deu uma vontade imensa de voltar a ser criança, de estar de novo na Juca Esteves chutando bola na porta de aço da garagem do doutor Euclides. Queria poder voltar e fazer tudo de novo, igualzinho… teria assim uma outra chance de rever meu filho, lá no futuro… 
São pensamentos malucos, mas a cabeça da gente delira… 
Tenho mais três filhos e tenho seis netos pequenos. 
Somos muito unidos e o que levou João foi uma doença que existe e que leva a isso.
Saberemos estar unidos e confiantes daqui pra frente encontrando o jeito de viver que existe e que saberemos encontrar. 
A presença de meus amigos de infância no sepultamento confortou meu coração e eu senti um imenso amor por Taubaté… tudo que estava ali, meus amigos, meus parentes, tudo, de alguma maneira, veio de Taubaté comigo. 
Daqui pra frente eu serei visto também como aquele que perdeu um filho tragicamente. 
Tentarei ser melhor, tentarei ser mais amigo, mais irmão e mais fiel à minha terra que, na verdade, é tudo que eu tenho. 
Teria que ir cumprir minha missão de embaixador do Esporte bem no dia em que tudo aconteceu. 
Não deu. 
Sugiro com meu coração partido e visivelmente sob o domínio dessa emoção indesejável, que cada um de vocês que me leem, perdoe seus inimigos, se os tiver, e se proponha a ser mais generoso com a vida. 
Divirtam-se mais, amem mais, deixem-se estar expostos às brisas frescas, saboreiem as frutas da terra, sintam o gosto da água matando sua sede. 
Ouçam música! 
Não se deixem sofrer pelas coisas que não são vitais em suas vidas. 
E que Nossa Senhora Aparecida ilumine nossos corações e acaricie nossas almas; as nossas e a de João, meu filho!"

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