Quem como eu que possuo raízes aprofundadas há muito nesta terra, às vezes quero ter o prazer de saber que o progresso está chegando, que está quase na esquina da Rua Dr. Júlio Prestes ou já na metade da Rua Manoel Fogaça.
Todavia, parece que isso está longe de acontecer.
Estamos fadados a um destino sem vigor nenhum.
Prova disso o que presenciamos na sessão solene de posse dos novos eleitos para o mandato de 2017 a 2020 na nossa Casa de Leis.
Não dá para deixar de opinar primeiramente sobre o professor aposentado Carlos dos Santos Terra, que foi o Mestre de Cerimônias, o encarregado de fazer a locução da solenidade.
Não é a primeira vez que ele pega de um microfone para falar com a massa, pois sempre se lembram dele no Carnaval, no Aniversário da cidade, etc. e tal.
Mas na sessão em pauta deu para ver que ele não possui nenhuma empatia com o público; nesse evento, porém, até que concordo com ele: o público que lá esteve não merecia nenhuma grande performance!
E a empatia fora tão negativa mesmo que o próprio presidente da Mesa, João Gilberto Sales Albach, o vereador mais votado no último pleito, ao tomar assento para conduzir os trabalhos, se confundiu todo e começou a ler um papel, aliás, o mesmo já lido pelo Mestre de Cerimônias.
Foi aí que o senhor Carlos Terra chamou sua atenção, dizendo:
- A sua fala está na segunda página, por favor!
- Desculpa! - respondeu o vereador - Então, vamos lá!
Se a plateia não fosse aquela, com certeza haveria na sala um murmurinho todo zombeteiro.
E o vereador se atrapalhou de novo com outra folha e afirmou:
- Tem uma folha aqui que eu não sei de onde é...
Quem conhece o vereador acha que ele é muito tímido.
Bobagem.
Quando a porta da política se abre para nós, esses sentimentos inferiores desaparecem por completo.
Acredito que ele se atrapalhou devido ao fogo da vaidade que acaba entrando na gente quando experimentamos algum poder. É um calor que faz estufar nosso fígado e até as veias do nosso globo ocular.
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