domingo, 22 de abril de 2018

A AGRESSÃO NO INSTITUTO LULA


Polícia encerra inquérito sobre agressão que quase acabou em morte no Instituto Lula.


A Polícia Civil concluiu nesta sexta-feira (20) o inquérito sobre o caso de agressão contra o empresário Carlos Alberto Bettoni, de 57 anos, atacado em frente ao Instituto Lula, em São Paulo, por apoiadores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 5 de abril - dia em que a prisão do petista foi decretada. O caso agora foi encaminhado para o Fórum Criminal Central da Barra Funda. 
Bettoni fazia parte de um pequeno grupo de pessoas que realizava uma manifestação pela prisão de Lula e provocava os petistas que entravam e saíam do prédio, localizado no bairro do Ipiranga. Ele teria gritado palavrões quando o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) e Márcio Macedo, um dos vice-presidentes do PT, entraram no instituto. A provocação deu início a uma confusão e algumas pessoas que acompanhavam os petistas expulsaram o homem para a rua em frente ao prédio. 
Quando tentava atravessar a pista, recebeu um chute de um apoiador de Lula. Ele bateu a cabeça na caçamba de um caminhão que passava na hora e caiu desacordado. Jornalistas e outras pessoas que testemunharam a cena pediram socorro. Depois de alguns minutos desacordado, o empresário despertou e se dirigiu ao hospital São Camilo, que fica em frente ao instituto. Bettoni continua internado na Unidade de Tratamento intensivo (UTI). 
Segundo o delegado Wilson Zampieri, o depoimento foi tomado no próprio hospital e a vítima teria dado mais detalhes sobre os agressores. "Ele contou sobre como estavam vestidos seus agressores e dado outros detalhes, por exemplo", disse Zampieri. Além da vítima, policiais que estavam no local da agressão também teriam prestado depoimento. 
A polícia já havia indiciado o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Paulo Caires, conhecido como Paulão, por lesão corporal dolosa grave. Além dele, também foram indiciados o ex-vereador de Diadema Manoel Eduardo Marinho, conhecido como Marinho do PT, e seu filho, Leandro. Maninho e o filho foram filmados por reportagem da TV Globo empurrando Bettoni várias vezes, até o empresário cair na rua e bater com a cabeça. 
No depoimento ao delegado, Cayres negou que tenha participado de qualquer agressão e acrescentou ter um marca-passo - o que inviabilizaria a participação em uma luta corporal ou qualquer outro esforço físico. 
Também em depoimento à polícia, Marinho e o filho disseram que empurraram o empresário para se proteger. Na ocasião do indiciamento, a defesa de Maninho e de Leandro lamentou o episódio no Instituto Lula e disse ter se tratado de uma "fatalidade". 
Bettoni, que continua hospitalizado, foi submetido a uma cirurgia para retirada de um coágulo na cabeça. "As perspectivas são positivas, mas como foi um choque na cabeça todo o cuidado é pouco", disse a mulher do empresário, Teresinha Quaresma. "Hoje (ontem) foi aniversário dele. Levamos um bolinho e ele pareceu bem melhor. O estado de saúde dele é estável, mas ainda não existe previsão de alta", completou. Os advogados de Bettoni ainda não tiveram acesso ao inquérito concluído - o que deve ocorrer na segunda-feira. 

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