quarta-feira, 11 de abril de 2012

AQUELA CALÇADA NÃO SERÁ MAIS A MESMA

Aquele trecho de rua onde morava o meu amigo Anorim jamais será a mesma.
Era para mim impossível passar por ali e não parar, a princípio apenas para cumprimentá-lo.
Todavia, não havia como não ficar por ali, despedindo-se e voltando a encontrar assunto para comentar.
Quem não o conheceu não soube do seu valor e do incansável empenho quando percebia que um projeto era bom e valia a pena o sacrifício por ele, como no caso do projeto Curumim que ajudou a fundar, do carnaval da cidade fazendo a alegria da criançada numa escola de samba que ele ajudou a criar, na extinta Guarda Mirim, na Corporação Musical Sãomiguelense, algumas vezes participando da diretoria.
Até o dia em que deixou de ser voluntário para nunca mais voltar.
- "Aqui, ninguém valoriza nada!" - dizia sempre.
E quando achava-se com a razão?
Chegou até a ser preso por desacato!
E quando parava o serviço que estava fazendo - adorava consertar motores, reciclar objetos, transformar um aparelho - para exclamar que era o inimigo número um do atual prefeito da cidade, ah, o peito estufava de gosto. 
Era Zé roxo! 
Nas conversas que tantas e tantas vezes empreendemos, ele gostava de dar receitas quer da culinária árabe quer conselhos simples sobre alimentação que possibilitassem ao ser humano maior sobrevivência ao diabetes, à pressão alta, às doenças.
- "Limão é um santo remédio! Nunca deixe de usar na sua alimentação".
Que Deus o tenha, Anorim, porque você jamais deixou de ser uma criança.

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