segunda-feira, 2 de abril de 2012

O DIABO QUANDO DESCANSA AMOLA AS MOSCAS COM O RABO.



Diz a Psicologia que o homem é um ser eminentemente social. 
No entanto, lá no fundo, e não precisa ser tão no fundo  do coração de cada um de nós, quando nos encontramos, por exemplo, trancados num banheiro ou numa banheira de espumas, sozinhos diante de nós mesmos refletidos num espelho, existe um outro sentimento que é muito mais forte e que nos leva a pensar duas vezes, claro que, primeiramente em nossa própria sobrevivência.
O primeiro ato consiste em sondar o peso dos eventos a fim de  evitar que qualquer mal nos atinja, procurando sempre pelo nosso próprio bem - estar acompanhado de prosperidade econômica.
É o lado oculto de cada personalidade, aquilo que não se revela a ninguém, muito embora todos saibam dessa verdade universal.
É algo assim como um instinto egoísta que nasce desde que o ser humano abre seus olhos para o mundo e adormece até quando chamado um dia por ele.
Junte-se a esse instinto, digamos de preservação ou de conservação, um outro ligado à inteligência que faz com que o homem se torne digno, se respeite, se estime, se conheça e se limite, exteriormente falando: o caráter.
Se esse sentimento chamado caráter não existir, o individualismo dominará o animal dito racional que então  deixará de obedecer às mais íntimas e sensíveis paixões do seu dono.
Se esse sentimento deixar de existir, o intelecto não alcançará além dos interesses mesquinhos.
Não havendo sentimentos que sirvam de laço, claro que não será possível haver associação entre as pessoas e nem uma legítima sociedade.
Os lobos acabarão comendo uns aos outros, e mesmo os últimos lobos, embora saciados, nada mais saberão transmitir além da força do seu próprio instinto - e que instinto! - de conservação.
Viver em sociedade é muito mais abstrato do que parece ser; é sujeitar-se às normas pré-estabelecidas, coisa que o ser humano, o inteligente, não aceita muito bem, com receio de que se coloquem limites no uso livre de suas faculdades reativas e lhe maculem aquela dignidade chamada caráter.
Por isso é que umas civilizações já se acabaram e outras floresceram e deram frutos.
Aquelas que florescem são as que procuram compreender e apreciar esses sentimentos que brotam do fundo do coração de cada um, esse fogo de vida, essa autoestima, esse apreço, essa dignidade que faz do ser humano o precursor da cultura humanitária.
Do contrário, se o ser humano com todas as suas potencialidades for desprezado, ele mesmo será o obstáculo ao progresso da verdadeira civilização.
Se os nossos políticos tivessem um alto nível de caráter, com certeza tentariam buscar caminhos para, juntos com a sociedade que eles representam - hoje capenga, rústica e ignorante -  refazer a ideia de moral e comunidade.
Mas não esperemos que o ruim deixe de sê-lo; tenhamos cuidado com as repentinas mudanças de caráter ou comportamento que eles possam apresentar.


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