segunda-feira, 16 de julho de 2012

PARA QUE O JOVEM ELEITOR COMPREENDA.



"Não avançando muito no tempo de trás, a partir, portanto da gestão de Alcidino França, nós vimos que três personagens dessa família se elegeram a prefeito local, incluindo-se, óbvio, o atual ocupante do cargo.
No interregno, no espaço aberto por José França, pai do atual prefeito, elegeu-se prefeito Luiz Gonzaga Albach, pertencente a uma outra família que vem disputando o cargo desde 1.945, a família Fogaça.
Na sucessão deste, houve um episódio interessante que vale a pena ser relembrado. Sucedeu-o Policarpo Torrell Neto, aí por uma questão de desentendimento e não por função de prestígio deste.
Naquela época estávamos no bipartidarismo, somente dois partidos se eriçavam no conceito dos eleitores, a Aliança Renovadora Nacional – ARENA - e o Movimento Democrático Brasileiro – MDB. Por causa do regime militar em que vivíamos.
Devido desentendimentos, as lideranças da ARENA partiram com dois candidatos, o Torrell Neto e o Reinaldo Fogaça Filho, saindo vencedor o primeiro, por sinal sobre dois candidatos do MDB, José Maria de Sousa e José Ramos.
Dá quase para se afirmar que a eleição de Torrell foi conseqüência do prestígio da família Fogaça, que dominava amplo setor da ARENA e amplificou a campanha contra os dois candidatos do MDB, favorecendo o eleito que oportunamente lhe foi adversário dentro, porém, da mesma legenda.
Pelos estudos lógicos que se pode concretizar não devemos ter como uma interrupção do domínio daquelas famílias.
A eleição de Torrell foi mais uma vingança por parte do eleitorado que eram filiados à ARENA, segundo dizem, pelo não cumprimento de um acordo existente entre Albach e Torrell.
Cremos que o padre nosso continua o mesmo.
A briga pelo cargo entre as duas famílias, mesmo que desta vez o candidato da ala França venha com outra característica familiar, isto porque a sua influência irá existir dentro de todos os pormenores e convicções analíticas.
O candidato Fogaça, segundo tudo indica, deverá ser o mesmo Albach, derrotado na eleição de 1.988.
Quem vai preparar a zagaia para cutucar as duas onças é que são elas.
É duro a gente dizer, mas é a verdade nua e crua, quer queiram ou não alguns admitir: o fisiologismo e o medo ainda se fazem presentes na nossa conjuntura política por força de várias circunstâncias que merecem capítulo à parte para uma perfeita análise.
As onças são terríveis nos seus botes e não querem perder o domínio dos seus territórios.
Para vencê-las, todavia, existem duas armas poderosas: idéia de renovação e de inteligência, porém, se for a vontade do povo.
Quem poderá dizer que é?
Creio que este relato poderá ter algo discutível, com base fundamental à eleição por vir, notadamente entre os jovens eleitores."

Texto de Gijo Válio, publicado em 20.07.91, no jornal A Hora de São Miguel Arcanjo.

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