terça-feira, 28 de agosto de 2012

VIOLÊNCIA .ASSALTA O INTERIOR.


Em setembro de 1.978, o município de Sarapuí foi alvo de reportagem do jornal "O Estado de São Paulo". 
Em entrevista com o lavrador aposentado, Pedro Carriel de Campos, que na década de 50 trabalhara "na chácara do doutor Mário, que tinha uma cavalada de corrida de raça", este afirmava:
- "Para dizer bem a verdade, não sei se tenho coragem de enfrentar São Paulo hoje, novamente. Faz uns 20 anos que não vou lá. Deve ter mudado muito, pois dizem até que o Pinheiros, que era um carrascão quando estive na Capital, encheu tudo de casa". 
Para os moradores de Sarapuí, localizada às margens da Rodovia Raposo Tavares, São Paulo se tornara assustador, com muitos carros, muitos prédios e muitos bandidos. Ouviam isso de pelo menos três centenas de famílias que vinham descansar em seu território nos finais de semana; as pessoas chegavam arrasadas como se tivessem participado de uma guerra.
O prefeito da época, José Luiz Holtz, comentava na reportagem que os paulistanos vinham invadindo a sua cidade desde o início da década de 70; eles chegavam e compravam qualquer casa que estivesse à venda só para recuperar as energias depois de semanas estafantes passadas na capital.
Sarapuí ficou conhecida então como cidade-dormitório; só criava vida quando os paulistanos chegavam.  
Hoje, enquanto a cidade de São Paulo cada vez mais cresce e assombra o planeta, o interior do Estado, que pouco tem desenvolvido, ainda tem que acomodar a violência que deixou de ser privilégio apenas de localidades com muitos carros e muitos prédios.

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