"O dia 7 de setembro jamais poderá ser esquecido pelos filhos desta gloriosa terra de Santa Cruz, porque trará a recordação de uma época feliz, em que levantou-se o brado da independência brasileira.
Época feliz sim, porque foi aquela em que plantou-se o germe da liberdade, em que decretou-se a emancipação de um povo.
No dia 7 de setembro de 1.822, entrou o Brasil no gozo dos seus direitos de nação independente, iniciando a sua vida próspera, liberta de qualquer jugo que lhe pudesse obstar os cometimentos progressistas.
Essa data inolvidável, que estabeleceu um padrão de glórias ao povo brasileiro, não podia deixar de exprimir um ato de patriotismo procedente de espíritos nobres e elevados.
O sublime ideal que tão dignamente preocupava o espírito desses grandes homens, o desejo de independência, era uma causa nobre, porquanto, tratava-se da liberdade de um povo.
A tarefa era grandiosa e de difícil desempenho, mas o patriotismo e afinco com que propugnaram os encarregados, subsidiados pelo povo em geral, sobrepujavam aos obstáculos que se apresentavam.
O ideal realizado em 7 de setembro de 1.822 não foi nada menos do que um princípio de ação, na perspectiva de conseguirmos um regime democrático, um governo do povo pelo povo.
No patriótico intuito de libertar a pátria brasileira do jugo português, já em 1.789, cogitou-se de uma conspiração que, já estando adiantada pelo entusiasmo de seus promotores, à cuja frente se achava o alferes Joaquim José da Silva Xavier, o imortal Tiradentes, por denúncia de um traidor, foi ela abafada, sendo que os seus membros presos por ordem de Maria I, a Louca, sendo então a 21 de abril de 1.792, enforcado no Rio de Janeiro, o cabeça da conspiração.
Ainda assim, continuou a mesma ideia de independência, abraçada com todo devotamento pelos seus filhos que melhor sabiam compreender a sua importância.
Não era para menos e assim deviam proceder os diletos filhos que dedicaram o seu talento e heroísmo em favor da emancipação de sua querida mãe, porque, realmente, esse vasto e riquíssimo território, que ocupa um lugar saliente na América Meridional, não podia nem devia ser considerado como uma colônia, mas sim, como uma nação independente, que dispõe de elementos próprios para progredir.
A 7 de setembro de 1.822, portanto, hasteou-se pela primeira vez o pavilhão triunfante que guiava essa falange distinta que batalhava com denodo e dedicação pela causa santa da liberdade.
Assim, pois, constituiu-se um governo independente, que encarregou-se da administração do país, por um longo período de 67 anos, até que em 1.889 foi proclamada a República Brasileira, adotando-se o regime democrático federativo.
Com esse acontecimento, foi realizada a sublime ideia de liberdade, ordem e progresso, restando-nos apenas continuarmos a cumprir os nossos sagrados deveres para com a pátria, para assim podermos brindar à República e aos chefes que, com perícia e patriotismo, da suprema administração, souberem encaminhá-la na senda do progresso".
O texto acima é de autoria de Camillo Lelis e Calixto G. de Almeida, ambos redatores do extinto jornal "O Democrata" de Capão Bonito do Paranapanema, em data de 8 de setembro de 1.901, de nosso arquivo.
Abaixo, fotografia do prédio onde estava instalada a Tipografia de Camillo de Lellis à Rua Campos Salles, em Itapetininga.
Nesse local funcionou por muito tempo o "Hotel Central", da dona Zola, conforme foto de 1914, acervo de Osvaldo de Souza Filho.
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