Catulo da Paixão Cearense nasceu em São Luís, no Maranhão, no dia 08 de outubro de 1.863 e faleceu em 10 de maio de 1.946, à Rua Francisca Meyer, 78, casa 2, no Rio de Janeiro, com 83 anos de idade.
Seu corpo foi embalsamado e exposto à visitação pública por três dias, quando então desceu à sepultura no Cemitério São Francisco de Paula, no Largo do Catumbi, ao som de "Luar do Sertão".
Minha mãe, me lembro bem, como ela se emocionava ao falar desse poema que aprendeu na escola. E foram muitas vezes que isso aconteceu.
Uma vez, ao notar seus olhos inundados de lágrimas, mas, ao invés de tristes, reluzentes, quis saber o motivo.
E então ela me respondeu com orgulho:
- Vivi na época em que ele viveu e por isso fico feliz. Eu fui contemporânea desse grande artista.
Mas já começam a desrespeitar o seu poema intitulado "A FLOR DO MARACUJÁ".
No site "A Arte das Letras", a letra do poema é esta:
Um dia encontrei um sertanejo
Perto de um pé de maracujá
E perguntei-lhe:
- Diga-me lá, caro sertanejo,
Por que razão nasce roxa
A flor do maracujá?
Ah, pois então, eu vou narrar-lhe
A história que ouvi contar,
A razão porque nasce roxa
A flor do maracujá.
O maracujá já foi branco,
Eu posso até lhe jurar,
Mais branco que a claridade,
Mais branco que o luar.
Quando a flor nele nascia
Lá pros confins do sertão,
O maracujá parecia
Um ninho de algodão.
Mas um dia, há muito tempo,
Num mês que até nem me lembro
Se foi maio, se foi junho,
Se foi janeiro ou dezembro,
Nosso Senhor Jesus Cristo
foi condenado a morrer
numa cruz, crucificado,
longe daqui a valer.
Pregaram Cristo a martelo
E, ao ver tamanha crueza,
A natureza inteirinha,
Pôs-se a chorar de tristeza.
Choravam tristes os campos,
As folhas e as ribeiras,
Choravam os passarinhos
Nos ramos das laranjeiras.
E, junto da cruz, havia
Um pé de maracujá
carregadinho de flor
Aos pés de Nosso Senhor.
E o sangue de Jesus Cristo,
Sangue pisado de dor,
No pé de maracujá
Tingia todas as flô.
Eis, aqui, seu moço ou moça
A história que ouvi contar,
A razão porque nasce roxa
A flor de maracujá!
Já no "Jornal da Poesia", a letra é a que segue:
Encontrando-me com um sertanejo
Perto de um pé de maracujá
Eu lhe perguntei:
Diga-me caro sertanejo
Porque razão nasce roxa
A flor do maracujá?
Ah, pois então eu lhi conto
A estória que ouvi contá
A razão pro que nasci roxa
A flor do maracujá
Maracujá já foi branco
Eu posso inté lhe ajurá
Mais branco qui caridadi
Mais brando do que o luá
Quando a flor brotava nele
Lá pros cunfim do sertão
Maracujá parecia
Um ninho de argodão
Mais um dia, há muito tempo
Num meis que inté num mi alembro
Si foi maio, si foi junho
Si foi janero ou dezembro
Nosso sinhô Jesus Cristo
Foi condenado a morrer
Numa cruis crucificado
Longe daqui como o quê
Pregaro cristo a martelo
E ao vê tamanha crueza
A natureza inteirinha
Pois-se a chorá di tristeza
Chorava us campu
As foia, as ribera
Sabiá também chorava
Nos gaio a laranjera
E havia junto da cruis
Um pé de maracujá
Carregadinho de flor
Aos pé de nosso sinhô
I o sangue de Jesus Cristo
Sangui pisado de dô
Nus pé du maracujá
Tingia todas as flor
Eis aqui seu moço
A estoria que eu vi contá
A razão proque nasce roxa
A flor do maracujá.
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