quinta-feira, 1 de agosto de 2013

SERÁ VERDADE?

Entre 1.690 e 1.710, um paraibano fez os primeiros voos com um aparelho mais pesado que o ar no Brasil. 
Seu nome era Marcos Barbosa, natural da cidade paraibana de Mamanguape. 
Ele voou quase 300 anos antes de Santos Dumont e muito antes de Otto Lilienthal, considerado o pai dos planadores. 
Ele conseguia voar a distancias impensáveis para a época.
Marcos Barbosa, que nasceu e morreu em Mamanguape, era filho de Luiz Pereira Barbosa, comerciante, e Cecília Gomes, provavelmente professora. 
Com uma mente inquieta e brilhante, procurava aprender tudo o que podia, lutando contra a falta de estrutura do lugar onde nasceu para seu aprendizado, pois não havia escolas nem professores que o ensinassem o que sua sede de saber exigia. Por isso, tornou-se autodidata, chegando a ser gramático, músico e inventor. 
Construía objetos que já haviam sido criados por outros e os aperfeiçoava. 
Chegou a criar um instrumento de cordas do qual tirava sons suaves e agradáveis aos ouvidos da plateia que o assistia.
Não parava de ter ideias e começou a pesquisar asas, com a intenção de construí-las para ele mesmo voar. 
E assim o fez, quando construiu um planador rudimentar mais parecido com uma borboleta ou uma asa delta, com o qual realizou inúmeros voos com multidões como testemunha.
Chegou até mesmo a protagonizar o que seria o primeiro acidente aéreo do Brasil, quando decolou de uma elevação em um de seus voos e, não podendo mais sustentar o voo, ficou sobrevoando o mar até cair nele.
Tudo isso está registrado no livro “Desagravos do Brasil e Glórias de Pernambuco”, do clérigo Dom Domingos de Loreto Couto, editado em 1.757. 
O pequeno texto que lembra as passagens acima está registrado no parágrafo 64 da página 389 daquela obra. 
Infelizmente, é isso o pouco que se sabe desse paraibano que foi um pioneiro em uma época em que o sonho do homem de voar era realizado em outras paragens e foi muito bem documentada.
Portanto, Marcos Barbosa é mais um injustiçado da história brasileira e paraibana, salvo apenas por uma pequena lembrança em uma ou duas páginas de um livro de que poucos ouviram falar. 
Ele, como outros tantos, parecem condenados ao esquecimento pelo descaso dos brasileiros e autoridades com a sua História.
Autoria: Marcelo Soares Cardoso.
Texto originalmente publicado na revista Aeromagazine.

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