quarta-feira, 27 de novembro de 2013

OS SENHORES DO FUTURO

Desde pequenos, nos bancos escolares, ouvíamos dizer que o Brasil era um país do futuro.
O termo "futuro", então, povoava nossos sonhos como se fora uma terra distante, um planeta de sonhos, uma existência feita de leite e de mel, de natureza magnífica e deslumbrante, de frutos fartos, de estações coloridas e de felicidades.
Futuro soava tipo uma palavra suspensa no ar, um sinal interrogativo, uma incógnita, uma charada a ser decifrada, que martelava na nossa cabeça infantil.
Por mais que buscássemos, nunca pudemos mentalizar a dimensão e a profundidade que o futuro continha.
Lá um dia, acabamos esquecendo toda aquela grandeza à qual nos transportávamos ao sonhar com o futuro, porque achávamos que, uma vez adultos, isso queria dizer que o futuro então chegara.
Mas não era nada disso!
Hoje, a gente já sabe o que significava aquele tal de "futuro" cantado em prosas e em versos, porque finalmente ele chegou.
Aquele "futuro" que a gente não compreendia, mas almejava; que não entendia, mas esperava, chegou e, não por acaso, tem até dono.
Tem, sim!
Aliás, donos!
Quem?
Mandatários corruptos que, obtendo a chave de um país, de um estado ou de uma cidade, ao invés de zelar de todo o seu povo, como manda a Santa Carta Magna, abre as portas para negociar ilicitudes num assalto descarado aos cofres públicos.
Legisladores que confeccionam leis para providenciar cada vez mais benesses para eles próprios, muito embora representem toda a população que os elege.
"Comerciantes" no ramo de entorpecentes que adotam crianças e adolescentes, cegam, arrancam-lhes o cérebro, excluem seus nomes do rol de futuros cidadãos da sociedade, matam cada coração que antes pulsava para a vida.
E assim, mais e muitas espécies de outros comerciantes, homicidas, pedófilos, estupradores, adoradores do demônio, detentores de falsos poderes, piratas do mal, etc., todos eles acham-se agarrados nos galhos da árvore do futuro e, cada vez mais alicerçados, são por ela alimentados.
Logo, logo, quem viver poderá presenciar uma nova empreitada da Humanidade em defesa da volta ao passado.
E como isso é impossível, será tarde demais para todo o planeta esmaecido.


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