segunda-feira, 20 de julho de 2015

"SÓ 30% DOS SINDICATOS SÃO SÉRIOS"

Dados do Ministério do Trabalho apontam que havia, em 2014, ao menos 8.518 sindicalistas, incluindo cargos de presidente e diretores em geral, com mais de dez anos de mandato — no Poder Executivo só podem ficar oito anos no cargo. 
O número pode ser maior, pois falta transparência e uma série de entidades não fornece seus dados. 
Mais de 25 anos após a Constituição ter avançado para garantir a liberdade sindical, fundamental para lutas e conquistas dos trabalhadores, lacunas como a falta de transparência, fiscalização frouxa e a pouca representatividade deixam um caminho aberto para os abusos. 
Algumas centrais sindicais já reconhecem que é necessário pensar em novas normas. 
O próprio Supremo Tribunal Federal (STF) indica que as entidades não tem salvo-conduto e precisam ser fiscalizadas.
Há casos também de enriquecimento ilícito e desvios de sindicatos, que muitas vezes são verdadeiras máquinas de ganhar dinheiro. 
Isso num universo de 10.620 entidades por onde, no ano passado, circularam R$ 3,18 bilhões apenas de Contribuição Sindical — o chamado Imposto Sindical — obtida com um dia de salário de todos os trabalhadores com carteira assinada.
— Infelizmente, apenas uns 30% das entidades sindicais são sérias, e as demais têm uma série de problemas. Defendem melhorias, mas fazem coisas erradas. São contraditórias, incoerentes — afirma Marco Ribeiro, coordenador-geral do Sindicato dos Trabalhadores em Entidades Sindicais de Niterói e São Gonçalo (Sintesnit), cuja própria existência reforça os problemas do setor sindical.
Recentemente, o setor esteve na berlinda com o caso do Sindicato dos Comerciários do Rio, controlado por mais de 50 anos pela família Mata Roma, que, após denúncias de desvios e nepotismo, deixou a entidade sob intervenção.
Os sindicalistas se defendem. 
Muitas vezes, é fato, nada fazem de ilegal — não há limites para os mandatos, por exemplo. 
Em outros casos, os problemas convivem com lutas trabalhistas legítimas. 

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