ALEXANDRE ARAGÃO SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) -
Apontado como operador do esquema revelado pela 15ª fase da Operação Lava Jato e preso na manhã desta quinta (13), o ex-vereador de Americana (SP) Alexandre Corrêa de Oliveira Romano, conhecido como Chambinho, desfiliou-se do PT um ano após o fim de seu mandato, em 2005, mas continuou atuando politicamente.
Chambinho é apontado pelo Ministério Público Federal como o responsável por ter repassado R$ 57 milhões em propina, provenientes de contrato entre o Ministério do Planejamento e a empresa Consist Software, responsável pela gestão de empréstimos consignados concedidos a servidores federais, acordo feito entre a pasta, a ABBC (Associação Brasileira de Bancos) e o Sinapp (Sindicato de Entidades Abertas de Previdência Privada).
Pablo Kipersmit, diretor da Consist, afirmou à Polícia Federal que Chambinho foi personagem "chave" na obtenção do contrato.
"Por conta de tal 'auxílio' prestado, cujo conteúdo não é explicado pelo declarante, Alexandre Romano é remunerado pela Consist até os dias atuais", afirma o relatório da PF.
Sócio de oito empresas que atuam em diferentes ramos, que vão do táxi aéreo à tecnologia da informação, Chambinho é advogado e possui um escritório em Americana, pelo qual já representou políticos.
A família Romano é influente na política de Americana desde os anos 1950.
Seu pai, João Baptista de Oliveira (1925-1998), foi eleito vereador em 1959 e, em seguida, prefeito da cidade, em 1964. Hoje, ele dá nome a uma ponte da cidade.
Pelo lado materno, a família de Chambinho remonta a personagens da política do interior paulista do século 19 - um de seus trisavôs, Francisco Cândido Furquim de Campos, foi vereador em Piracicaba (SP).
Chambinho seguiu a linha genealógica.
Foi, aos 24 anos, o mais jovem vereador eleito em Americana, em 2000. Na época, também foi o mais votado - ele recebeu 2.031 votos, 22 a mais que o segundo colocado.
Com o sucesso, tornou-se secretário municipal de Meio Ambiente, cargo que ocupou entre 2003 e 2004.
Ele foi preso na manhã desta quinta-feira (13) no aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, quando se preparava para embarcar em um voo.
O OUTRO LADO
Em nota, o diretório do PT em Americana afirmou que Chambinho "não tem qualquer participação em nossas atividades partidárias".
O partido acrescentou, ainda, que "no tempo em que [o ex-vereador] esteve no PT nenhum tipo de denúncia foi verificado".
O advogado do ex-vereador não foi encontrado até a publicação deste texto, às 18:19 horas.
Fonte: BEMPARANÁ/POLÍTICA
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