MESTIÇO
É a história da raça; - o peito freme
à lembrança da marcha nas picadas...
E chora no meu 'eu' que anseia e geme
o cativo saudoso das congadas!
Há medos no meu 'eu' que anseia e treme,
há soluços e pragas sufocadas.
Eu sinto em mim o sangue de um Paes Leme,
eu sinto em mim a fome das estradas!
Eu sinto em mim a guerra aniquilante
movida pelo sangue bandeirante
à mansuetude do africano, à calma.
E choro no silêncio percebendo
que vou passar a vida recolhendo
destroços do meu corpo e da minh'alma!
É a história da raça; - o peito freme
à lembrança da marcha nas picadas...
E chora no meu 'eu' que anseia e geme
o cativo saudoso das congadas!
Há medos no meu 'eu' que anseia e treme,
há soluços e pragas sufocadas.
Eu sinto em mim o sangue de um Paes Leme,
eu sinto em mim a fome das estradas!
Eu sinto em mim a guerra aniquilante
movida pelo sangue bandeirante
à mansuetude do africano, à calma.
E choro no silêncio percebendo
que vou passar a vida recolhendo
destroços do meu corpo e da minh'alma!
(ilustração: obra de Cândido Portinari)
Nenhum comentário:
Postar um comentário