sexta-feira, 17 de agosto de 2012

A FUNDAÇÃO DA IMPRENSA EM ITAPETININGA


Para relembrar a história sobre a fundação da imprensa em Itapetininga, só mesmo contando com a ajuda de dois grandes vultos sãomiguelenses: Luiz Válio e Mário de Medeiros, intrépidos jornalistas que na década de 20, respectivamente, dirigiam e gerenciavam o extinto jornal "A Razão", órgão do Partido Republicano Municipal local.
No garimpo dos seus conhecimentos, ficamos sabendo que no mês de junho de 2.012 Itapetininga festejou o 139o. aniversário de fundação da imprensa no seu seio.
Foi no dia 15 de junho de 1.873 que lá surgiu o primeiro número do "Município", propriedade do republicano Antonio Moreira da Silva, um democrata impecável que, durante toda a sua existência foi um verdadeiro sacerdote do bem, um elevado paladino das ideias nobres e altruísticas.
Vulto imortal dentro da genealogia itapetiningana, Moreira da Silva foi um grande jornalista, propagandista da república, parlamentar e homem de princípios regidos pela fé republicana e de sã moralidade.
Na velha Itapetininga dos tempos de ruas largas e arborizadas com belíssimos coqueirais e apresentando   interessante arquitetura.
Casas achatadas e desprovidas de revestimento de cal, mostrando orifícios dos taipais, descuidadosamente abertos por muito e muito tempo.
Telhados de abas de sete palmos cobriam os passeios, abrigando das chuvas os pacatos transeuntes da velha cidade.
As ruas, tapetadas de grama, apresentavam o aspecto de um jardim descuidado.
Assim, pois a poética Itapetininga, quando, no dia 15 de junho de 1.873, pela manhã foi distribuido um boletim a sua população, concebido nestes termos:
- "Ao povo. 
Sendo hoje o dia em que sai à luz da publicidade o primeiro número do "Município", o primeiro jornal que se vai publicar nesta terra, pede-se ao povo que receba este nosso gesto como sendo um grande passo dado no caminho do progresso deste recanto do Sul da Província. Pede-se também que todos os proprietários iluminem as frentes de seus prédios à noite, a fim de dar maior brilho a este grande empreendimento. 
A Comissão. 
Venâncio Ayres, Padre Francisco de Albuquerque, Dr. João Evangelista, Antonio Moreira da Silva".
À noite, quando toda a cidade apresentava o aspecto de um verdadeiro céu estrelado, tal o número de lanternas de papel de seda com velas de sebo penduradas às janelas de seus prédios, foi distribuído o primeiro número do "Município".
Quem havia de pensar que a velha cidade abrigava já em seu seio a falange de moços que, para o futuro pouco distante, havia de fazer parte do bloco intemerato das novas ideias democráticas?
Quem havia de pensar que a poética Itapetininga de antanho se transformasse na bela cidade de hoje, que é uma preciosa gema incrustada na esplendente joia do Brasil, o Estado de São Paulo?
Os fatos antigos, que a história relembra com admirável beleza, pertencem, pois, ao domínio da imprensa, inaugurada por Moreira da Silva, e aos comícios públicos realizados com a vibrante palavra de Venâncio Ayres e de outros grandes propagandistas da liberdade.
Os fatos recentes pertencem à tenacidade invejável da mocidade daqueles tempos, que transmitiu aos atuais filhos de Itapetininga a envergadura hercúlea de seu gênio de progresso e de amor pela terra natal.
O continuador da obra de Moreira da Silva na Imprensa foi o incansável jornalista Antonio Galvão.

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