P. O que seria de fato sustentabilidade?
R. E como estão endividados! Na CA só nos procuram para isso. Todos querem o PRONAF, a juros de 1% ao ano.
P. E a pecuária em São Miguel, qual a expectativa para o futuro?
R. Bem, se queremos o tal do desenvolvimento sustentável, só o conseguiremos quando combinarmos o progresso material, social e ecológico, ou seja, o nosso desenvolvimento precisa ser baseado em algo que gere renda, socialmente justo e ambientalmente correto. Portanto, indústrias poluidoras não poderíamos ter sob esse conceito. Temos uma sociedade basicamente rural, porém, mais de 80% da população vive na cidade. A economia encontra-se diversificada entre o funcionalismo público, serviços, comércio, agricultura, turismo, etc.
P. Que tal "desenvolvimento sustentável em São Miguel - uma análise "?
R. Tem de ser estabelecido um pacto municipal em torno disso. Por exemplo, que tipo de "desenvolvimento" queremos?, de modo que políticas, ações, iniciativas do poder público junto à sociedade sejam continuadas independente do prefeito.
P. E isso é meramente impossível em São Miguel. Quando um partido perde as eleições por aqui, somem seus dirigentes políticos. O que fazer para que São Miguel não desapareça?
R. É difícil, porque cada um pensa de um jeito: tem uns que querem indústria, outros agro-indústria, outros que nada mude, outros querem fomento ao turismo, ecoturismo, outros querem mais lavoura, mais comércio, etc. Basicamente, o desenvolvimento, dito desta forma, é a observação do progresso material, social, cultural, filosófico, político e acadêmico de uma sociedade. No caso falando da nossa cidade, o desenvolvimento pede que sejam feitas algumas perguntas:´- - Que tipo de cidade queremos para o futuro?
- Para quando é esse futuro? 10 anos, 20 anos, 50?
- Em que contexto estadual, federal e global estamos inseridos?
- Que proveito podemos tirar da evolução a nossa volta e dos quais não temos controle?
R. É difícil, porque cada um pensa de um jeito: tem uns que querem indústria, outros agro-indústria, outros que nada mude, outros querem fomento ao turismo, ecoturismo, outros querem mais lavoura, mais comércio, etc. Basicamente, o desenvolvimento, dito desta forma, é a observação do progresso material, social, cultural, filosófico, político e acadêmico de uma sociedade. No caso falando da nossa cidade, o desenvolvimento pede que sejam feitas algumas perguntas:´- - Que tipo de cidade queremos para o futuro?
- Para quando é esse futuro? 10 anos, 20 anos, 50?
- Em que contexto estadual, federal e global estamos inseridos?
- Que proveito podemos tirar da evolução a nossa volta e dos quais não temos controle?
P. Na sua opinião, neste momento, o turismo poderia tornar-se viável em nosso município?
R. O turismo rural, o turismo ecológico e o ecoturismo são ambientalmente corretos, socialmente justos e economicamente viáveis para o município. O desenvolvimento de agro-indústrias é ideal para o homem do campo agregar valores aos seus produtos, incrementando renda e ficando menos dependente dos atravessadores.
P. A atual política agrícola do governo está dando estímulo a que o meio rural se desenvolva?
R. A politica agrícola do governo federal gera dependência dos produtores aos financiamentos subsidiados pelo Banco do Brasil. A ideia é manter os produtores rurais familiares totalmente reféns de dívidas, obrigando-os a produzir, contra as leis de mercado, gerando excedentes de produção e fazendo cair os preços.
R. O turismo rural, o turismo ecológico e o ecoturismo são ambientalmente corretos, socialmente justos e economicamente viáveis para o município. O desenvolvimento de agro-indústrias é ideal para o homem do campo agregar valores aos seus produtos, incrementando renda e ficando menos dependente dos atravessadores.
P. A atual política agrícola do governo está dando estímulo a que o meio rural se desenvolva?
R. A politica agrícola do governo federal gera dependência dos produtores aos financiamentos subsidiados pelo Banco do Brasil. A ideia é manter os produtores rurais familiares totalmente reféns de dívidas, obrigando-os a produzir, contra as leis de mercado, gerando excedentes de produção e fazendo cair os preços.
P. É real. E, afinal, nesse pretenso engodo, abre-se caminho para o que?
R. Os produtores rurais viram massa manipulada no jogo político-eleitoral federal, sua manutenção no campo através de uma política equivocada faz com que sejam responsáveis por alimentos baratos ofertados aos cidadãos urbanos, além de que o trabalho deles movimenta toda uma cadeia da economia que vai desde o setor a montante: fertilizantes, agrotóxicos, combustíveis; até o setor a jusante: atacadistas, varejistas, logística de transporte, mão-de-obra. etc.
R. Os produtores rurais viram massa manipulada no jogo político-eleitoral federal, sua manutenção no campo através de uma política equivocada faz com que sejam responsáveis por alimentos baratos ofertados aos cidadãos urbanos, além de que o trabalho deles movimenta toda uma cadeia da economia que vai desde o setor a montante: fertilizantes, agrotóxicos, combustíveis; até o setor a jusante: atacadistas, varejistas, logística de transporte, mão-de-obra. etc.
P. Acabam todos endividados?!
R. Na verdade, o gado bovino está sumindo de São Miguel Arcanjo. Temos um projeto que se chama CATI Leite e que visa tecnificar a produção leiteira na pequena propriedade. São Miguel não tem produção profissional de leite bovino. O gado está indo embora para dar lugar a lavouras de grãos e eucalipto.
P. Quando se entra no blog da Casa da Agricultura, que tem como responsável o engenheiro agrônomo Átila Queiroz de Moura, já de antemão nota-se a propagação do turismo rural. Agricultura deixou de ser coisa sagrada em São Miguel?
R. Nem os jovens estão interessados em permanecer no campo, continuando o trabalho da família.
P. E na merenda escolar, nada, nada entra do que se produz em São Miguel?
R. Quanto à merenda, a próxima gestão promete resolver o problema, hoje toda nas mãos da COAN. A ideia, que também era da atual administração, é comprar da agricultura familiar local os produtos que ela tem, porém, não conseguiram nesta gestão equacionar os enormes problemas burocráticos e legais da operação. Comprar merenda produzida no município seria muito bom, sim, porém, é um assunto polêmico e não cabe fazermos demagogia ou proselitismo político acerca disso.
P. Como funciona isso?
R. É mais ou menos assim: a prefeitura faz uma chamada pública, com os produtos que são produzidos aqui e que a merenda demanda; é publicado uma lista de preços que se dispõe a pagar; o preço definido é a média de mercado dos últimos meses, porém, a logística de entrega nas escolas teria de ser feita pelo produtor. Então, o produtor desiste, porque o transporte é muito caro, chegando a representar mais de 40% do valor final da mercadoria. Para piorar, nossa nutricionista, que deveria ser responsável pela elaboração do cardápio, não se dispõe a fazer esse trabalho. Ela é contratada da Saúde.
P. Então, na realidade tudo acontece do jeito que o governo quer? Como num círculo vicioso que gira sempre a favor do relógio?
R. É algo extremamente pertinente.
P. Existe um Conselho Municipal de Agricultura? Se existe, quem faz parte dele?
R. Existe. O senhor Elizeu Alvarenga é o atual presidente; Mário Hirose, vice; João Zafalon, Pedro Paulo (da agropecuária), Gilson Costa, Lena, Átila, Marcos Mendes, Mako Kimura e Cláudia Gote.
P. E na merenda escolar, nada, nada entra do que se produz em São Miguel?
R. Quanto à merenda, a próxima gestão promete resolver o problema, hoje toda nas mãos da COAN. A ideia, que também era da atual administração, é comprar da agricultura familiar local os produtos que ela tem, porém, não conseguiram nesta gestão equacionar os enormes problemas burocráticos e legais da operação. Comprar merenda produzida no município seria muito bom, sim, porém, é um assunto polêmico e não cabe fazermos demagogia ou proselitismo político acerca disso.
P. Como funciona isso?
R. É mais ou menos assim: a prefeitura faz uma chamada pública, com os produtos que são produzidos aqui e que a merenda demanda; é publicado uma lista de preços que se dispõe a pagar; o preço definido é a média de mercado dos últimos meses, porém, a logística de entrega nas escolas teria de ser feita pelo produtor. Então, o produtor desiste, porque o transporte é muito caro, chegando a representar mais de 40% do valor final da mercadoria. Para piorar, nossa nutricionista, que deveria ser responsável pela elaboração do cardápio, não se dispõe a fazer esse trabalho. Ela é contratada da Saúde.
P. Então, na realidade tudo acontece do jeito que o governo quer? Como num círculo vicioso que gira sempre a favor do relógio?
R. É algo extremamente pertinente.
P. Existe um Conselho Municipal de Agricultura? Se existe, quem faz parte dele?
R. Existe. O senhor Elizeu Alvarenga é o atual presidente; Mário Hirose, vice; João Zafalon, Pedro Paulo (da agropecuária), Gilson Costa, Lena, Átila, Marcos Mendes, Mako Kimura e Cláudia Gote.
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