terça-feira, 14 de maio de 2013

A MOSCA AZUL NUMA CAIXINHA DE FÓSFOROS

À socapa, como se dizia séculos atrás, hoje quer dizer escondidinho, aumenta o número de companheiros empenhados em convencer o Lula a candidatar-se em 2014.
Uns poucos paulistas querem vê-lo disputando o palácio dos Bandeirantes. Alegam ser a única forma de evitar a reeleição de Geraldo Alckmin, pois chances não terão Luís Marinho, Aloísio Mercadante, que já desistiu, Marta Suplicy e muito menos Alexandre Padilha.
A maioria dos enrustidos, porém, trabalha para logo ver o chefe outra vez no palácio do Planalto. São os descontentes com Dilma, os que imaginaram vir a ser o governo dela um vasto condomínio. Frustrados, sem ter atendidos seus objetivos fisiológicos e queixando-se de que nem prestígio a presidente lhes concede, lançam-se na tentativa de convencer o Lula. Alegam que Dilma entrou em plano descendente, que as dificuldades na economia vieram para ficar e até ampliar-se, abrindo-se o risco da perda do poder. Tentam sensibilizar o primeiro-companheiro inflando sua vaidade.
O mais recente argumento para impulsionar essa conspiração acaba de ser fornecido pelo próprio Lula: em conversa com Eduardo Campos, pretendendo demovê-lo de disputar a chefia do governo, o ex-presidente utilizou argumento definitivo. Indagou do governador pernambucano se seria candidato contra ele, ouvindo imediata negativa. Contra ele, de jeito nenhum. É claro que não falavam de 2018, já que o Lula chegou a acenar para Campos com a hipótese de o PT apoiá-lo na longínqua sucessão.

Ora, raciocinam muitos petistas, se o próprio objeto de seu desejo aventou a possibilidade, por que deixar de incentivá-la?

A pergunta que se faz é sobre a reação que o Lula andará tendo. Parece firme e lógica sua determinação de apoiar o segundo mandato para a sucessora. Chegou mesmo a lançá-la. Está preparado para chefiar a campanha da reeleição. Mas se tiver dúvidas a respeito dos resultados? Se a roda da fortuna der marcha a ré? Não se espera que um disco voador desça na Praça dos Três Poderes e sequestre Dilma, mesmo se for para dar um choque de gestão no governo de Marte. Mas outras opções existirão para substituí-la, nem precisando a mosca azul pousar na testa do ex-presidente, porque faz muito ele a guarda numa caixinha de fósforos...

Carlos Chagas

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