O Quilombo de Ivaporunduva localiza-se no município de Eldorado, SP 165, às margens do Rio Ribeira de Iguape. Compõe-se de famílias que vivem de roça, plantando para si mesmas arroz, mandioca, milho, feijão, verduras e legumes ou produzem banana orgânica e artesanato.
Alguns registros citam a origem de Ivaporunduva ainda no século XVI.
Um deles fala de uma antiga proprietária de terras e de escravos, dona Maria Joana, que teria adoecido e morrido enquanto se tratava no exterior. Sendo viúva e não tendo parentes, as terras ficaram para os escravos. Esse fato teria estimulado também a vinda de escravos fugidos, que resistiram à captura dos capitães do mato por volta de 1.690, formando o Quilombo de Ivaporunduva.
Segundo o livro de tombo da paróquia de Xiririca, antigo nome da cidade de Eldorado, de 1.813, Ivaporunduva é a mais antiga das comunidades do vale do Ribeira.
Surge como povoado no século XVII, mesmo antes de Xiririca, por causa da mineração de ouro, encontrado em grande quantidade nessa área por dois irmãos mineradores, Domingos Rodrigues Cunha e Antonio Rodrigues Cunha com um grupo de 10 escravos.
Com a crise da exploração do ouro na região, os exploradores se dirigiram para Minas Gerais e abandonaram essa área.
Os antigos escravos, que permaneceram, viviam basicamente da roça de arroz, feijão, milho, mandioca, batata doce, cana, café, abóbora, banana, inhame, cará, taiá (também conhecida como taioba, semelhante ao inhame), entre outros.
Construíam suas casas com a técnica do pau-a-pique, utilizando o barro, madeira, cipós e capim do próprio local.
Para caçar utilizavam o laço, mondéu (espécie de armadilha armada na trilha do animal), bodoque, arapuca e despique (armadilhas para captura de pássaros feitas de madeira ou bambu).
O vestuário era bastante simples, composto principalmente de uma espécie de camisolão, utilizado no dia a dia. Roupas mais elaboradas, só eram utilizadas para ir à cidade e para as missas. Trocavam parte de sua produção por tecidos, querosene, sal e outros produtos utilizados no dia a dia, através de um intermediário, que era também fazendeiro de café.
Os primeiros troncos de família foram os de Francisco Marinho e Salvador Pupo.
Organizavam-se em mutirões para a roça, construção de casas, fazer e manter os caminhos.
Faziam festas como a do Divino, Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, juninas, São Sebastião.
A luta pela terra e contra as barragens planejadas para o Rio Ribeira fizeram com que a comunidade aumentasse e formalizasse a sua organização.
Em 1.994 foi fundada a Associação Quilombo de Ivaporunduva.
Mais informações acessar o Site Quilombolas do Ribeira.
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