segunda-feira, 29 de julho de 2013

A VIDA PACATA NO INTERIOR...


Quatro adolescentes de Sarapuí são os assassinos de Valdeci Menck
Publicado por Sergio Santos | sexta-feira, julho 12, 2013 

Delegado Milton Andreoli e investigadores/Por Sérgio Santos.

A Polícia Civil divulgou nesta sexta-feira (12) detalhes da investigação que desvendou, em menos de 24 horas, o latrocínio (roubo seguido de morte) do comerciante de veículos Valdeci Menck da Silva, ocorrido na noite da última quarta-feira, dia 10. Quatro menores, com idades entre 16 e 17 anos, todos moradores de Sarapuí, estão presos acusados de cometer o brutal assassinato.
Logo após o homicídio, a equipe do SIG (Setor de Investigações Gerais) da Delegacia de Polícia de Pilar do Sul, chefiados pelo delegado Milton Andreoli, passou a trabalhar incessantemente para elucidar o caso e prender os autores.
Os policiais foram informados pela esposa do comerciante que, no decorrer daquele dia, Valdeci ligara diversas vezes para um rapaz de Sarapuí e que o aguardava para quitar uma dívida e resgatar um cheque no valor de R$ 1.500, do Asilo Bom Pastor de Sarapuí. Esse detalhe foi o ponto de partida da investigação.
Com apoio de Policiais Civis de Sarapuí, chefiados pelo delegado Aguinaldo Nogueira Ramos, os policiais pilarenses localizaram na tarde ontem (11) os quatro suspeitos. Um deles, de 16 anos, é filho de um ex-vereador daquela cidade e da presidente do Asilo Bom Pastor, de onde ele teria subtraído, sem o conhecimento da mãe, a folha de cheque e dado como garantia de pagamento por uma moto, comprada de Valdeci.

Valdeci M. da Silva, tinha 45 anos /Foto: Reprodução do Facebook
Segundo a polícia, na noite do crime, o filho do ex-vereador, em companhia de três outros menores, foi até o sítio de Valdeci para supostamente para pagar a dívida e resgatar a folha de cheque, já que ele queria devolve-la ao talão, sem que a mãe percebesse. A polícia acredita que o objetivo deles era roubar e matar o comerciante, já que o menor não teria dinheiro para quitar a suposta dívida.
Mas o cheque, que o menor queria resgatar, estava guardado na casa e não no barracão, onde Valdeci recebeu os quatro adolescentes. Valdeci deve ter percebido a real intenção dos rapazes e teria tentado fugir, mas foi alcançado e golpeado nas costas. Continuou lutando com os rapazes e foi golpeado outras tantas vezes, na cabeça, no rosto e no pescoço, até desfalecer.
Depois do crime, os menores, que haviam ido ao sítio em duas motocicletas, roubaram o celular de Valdeci e uma outra motocicleta e fugiram. Mas, em uma estrada de terra, que dá acesso ao município de Sarapuí, acabou a gasolina da moto roubada e eles a abandonaram.
Ao serem presos, os menores negaram o crime. Mas, diante das evidências, eles confessaram o brutal assassinato. Segundo a polícia, um dos menores, o filho do ex-vereador, pivô e mentor do latrocínio, estava com vários cortes na mão, já que ele teria se ferido na luta com Valdeci. Além disso, segundo a polícia, um capacete com marcas de sangue foi localizado na casa de um deles e, ainda, o celular roubado da vítima foi encontrado com um dos adolescentes.
Com farta comprovação, através de provas materiais e testemunhais, os adolescentes, dois de 16 anos e outros dois de 17 anos, foram autuados em flagrante, acusados de latrocínio, e conduzidos a Fundação Casa, entidade do governo do estado que abriga menores infratores.
A legislação brasileira em vigor, o ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente, determina que o tempo máximo de internação, de um menor acusado de crime, é de 3 anos. Durante este período ele deve ser submetido a medidas socioeducativas para, ao final da internação, ser reinserido à sociedade.
Vale a pena ressaltar o empenho dos Policiais Civis de Pilar do Sul para elucidar o caso. O crime ocorreu na noite de quarta-feira, e a ocorrência se estendeu até o início da madrugada de quinta-feira. Já nas primeiras horas da manhã de quinta-feira toda a equipe estava empenhada no caso, que virou a noite e foi até as 4 horas da madrugada desta sexta-feira (12).
Parabéns ao delegado Milton Andreoli, aos investigadores Alessandro Mendes, José Aparecido, Reinaldo e Edison, a equipe de escrivães e agentes policiais, pelo brilhante trabalho. Uma resposta rápida foi dada aos familiares da vitima e à sociedade, ávida por justiça e segurança, e o caso esclarecido. Se as leis fossem mais rigorosas, a justiça mais ágil e a lei de execuções penais não fosse tão leniente, com tantos benefícios e progressões de regime aos criminosos, principalmente os que praticam crimes hediondos, a sensação de insegurança e impunidade não seria tão grande na sociedade.

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