Às vezes, tenho minhas dúvidas.
Seriam os nossos antepassados, principalmente os escritores e filósofos, humanos ou todos eles deuses?
Pensariam naturalmente, sem esforço algum, ou precisariam de longos dias de exercício, caminhando pelas campinas, debaixo das intempéries próprias de cada estação, sempre atrás de sensações que depois expressariam alguma verdade ao menos para a época de difícil contestação?
Como é que pode um ser humano nascido em 1632 já possuir tão extraordinária capacidade de sentir a vida, tanta perceptibilidade na comparação do tempo e suas relações com o espaço e tanta convicção ao expressar tamanho individualismo que até hoje é incontestável, como o grande John Locke?
Um dos seus mais ardorosos ensinamentos, que me cativa, dá conta de que "Todo homem tem a si mesmo como propriedade. Sobre esta, ninguém tem direito, só ele".
Ah, se os homens de hoje seguissem esse lema, não se entregariam às mazelas que lhes querem imputar todos aqueles que se portam como AUTORES do futuro da humanidade.
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