quarta-feira, 16 de agosto de 2017

MUDAR OS POLÍTICOS OU A SOCIEDADE?

Não dá para enganar-se pensando que no Brasil política não seja profissão. 
Que aquele que faz política deva ser honesto, trabalhador e focado nos problemas da sociedade, essa mesma sociedade que nunca deixou de ser mesquinha, aplaudindo a todos por tão pouco, correndo atrás do bom e do bonito aos seus olhos, esperando soluções do governo até para saciar a fome dos filhos que coloca no mundo sem nenhum planejamento.
Essa sociedade diz ansiar por um futuro melhor, mas na hora do voto coloca no poder quem tem lábia, é demagogo, porque pensa que sabe escolher quem poderá dirigir o futuro de sua cidade, seu estado ou país, quando até seus próprios filhos partem para o estrangeiro atrás de um trabalho digno.
E então, quando o político é ágil, esperto, toma emprestada essa pobreza de espírito e se exulta numa eleição. E se elege. E se enche de glória. 
E o povo que pensava saber votar volta a contar os dias de espera: é viver esperando o filho da filha chegar, o filho da neta nascer, quem sabe até quando o mesmo político bater no seu quintal para novas promessas que aquelas anteriores ficaram engavetadas pois não havia verba.
Uma pena.
Se essa gente tivesse um pouco mais de consciência sairia do seu marasmo não para votar, mas para obrigar os políticos a serem os vigilantes da sociedade, advogados gratuitos cuidando de hospitais, de creches descuidadas, de escolas mais decentes.
O que poderia meter medo nesses políticos?
Quem sabe se essa sociedade de vez em quando mostrasse a eles a bandeira do comunismo só para assustar aqueles que estão sentados num gabinete arejado, balançando na cadeira de rodinhas, com o telefone ou o celular na mão.
Quem sabe se essa sociedade de vez em quando se lembrasse que seus filhos e netos estão se afastando dos interesses nacionais, procurando saídas através das drogas, das bebidas, da prostituição.
É preciso mudar nossos políticos, mas como fazer isso se a classe formada por eles, embora mínima, está cada vez mais coerente, unificada, consolidada?  

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