sábado, 19 de agosto de 2017

SERGIO DAMY = AINDA PESQUISANDO EM DIA DE CHUVA

 
Este texto foi publicado aos 9 de setembro de 2011, por Sergio Damy. Tem como título: Capelas e Ermidas: a Capela do Caetano.
Normalmente localizadas em locais distantes das povoações urbanas, nos bairros e locais ermos, são bastante comuns nas antigas Casas Grandes do Nordeste, nas Fazendas Mineiras e Paulistas, dentro ou no entorno das sedes.
Conhecidas como "Capelas de Santa Cruz", no Vale do Paraíba e entorno, muitas serviram para marcar a fundação de um vilarejo ou bairro, tendo sua origem relacionada à proteção de santos padroeiros, de modo que as santas-cruzes, como são denominadas as capelinhas de beira de estrada, apareceram na sequência.



Nelas eram colocadas imagens quebradas, pois acreditava-se não ser de bom presságio possuí-las dentro de casa ou simplesmente jogá-las. 

Estas pequenas capelas domésticas, ou ermidas, para serem consagradas ao ofício religioso, necessitavam de um procedimento burocrático que envolvia as autoridades eclesiásticas, geralmente extremamente moroso e nem sempre levado a efeito. 
Este distanciamento da tutela do clero, provavelmente deu margem à inserção de marcas da religiosidade popular e do papel social destes oratórios.
A Capela de Santa Catarina, ou simplesmente "do Caetano" reflete bem esta conjuntura.
Localizada no bairro rural do Itapeti, situada numa encruzilhada, entre a Estrada do Lambari, Municipal e Goiabal, sua construção remete ao final do século XIX, pelo Sr. Caetano de Almeida. 
Construída em taipa, com aproximadamente 12 metros quadrados. Seu salão abriga pequenos oratórios, aonde são depositados pela população local, imagens de santos protetores, pequenas cenas bíblicas e objetos reveladores de intenso sincretismo religioso, como orixás, caboclos e imagens de "santos expurgados" pelo catolicismo oficial.
Tradicionalmente, sempre no último sábado do mês novembro, a população do bairro celebra no local, culto à Santa Catarina.

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