segunda-feira, 1 de julho de 2013

SENTIR CAIPIRA.

O caipira não é índio. Ele quer evoluir, desenvolver sua percepção de mundo, progredir e, enfim, poder adquirir alguns bens para se fazer um inventário e deixar de  herança aos filhos.
Essa época do fogão de lenha, da panela de barro, das imagens de santos e fotografias antigas enfeitando as paredes da sala, dos presépios armados pelo Natal, do ferro de passar roupas recheado de carvão incandescente, das panelas de alumínio e tampas penduradas sobre o fogão, do fumeiro enrolado nas linguiças e nas carnes secas, do carro de boi rangendo as rodas, da máquina de moer carne ou de torrar café, tudo são coisas mortas.
Nada as ressuscitará, salvo em algumas ocasiões onde serão expostas para uma reportagem de TV e depois destruídas, porque não combinam mais.
Dessas coisas antigas, eu, uma caipira um pouco evoluída, ainda guardo o presépio que foi de minha avó, o Cristo estampado num pedaço de pano que minha tia, vestida de Verônica, manipulava nas procissões do Senhor Morto, e a mesinha onde minha avó colocou a  primeira televisão em preto e branco que a gente viu na vida.
Nada disso tem preço, mas como amo e considero!

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