O banco vazio
me lembra a menina
que habitava
o fundo de mim;
essa menina,
num belo dia,
sem combinar nada,
deixou de lado a infância,
cresceu,
jogou fora os brinquedos,
pintou as unhas,
perfumou-se
e parou de sonhar.
O banco vazio
nunca mais sentiu
nenhuma presença humana;
até a lembrança daquela menina
que sonhava ali quietinha
desvaneceu,
porque madeira só vai envelhecendo,
e envelhecendo vai até morrer.
Nenhum comentário:
Postar um comentário