segunda-feira, 29 de agosto de 2016

JUÍZO E BOM SENSO DE ROBERTO JEFFERSON:

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Descompromisso com a ética 
Disse Dilma Rousseff, no seu discurso inicial na manhã de hoje: "Quem age para poupar ou adiar o julgamento de uma pessoa que é acusada de enriquecer às custas do Estado brasileiro e do povo que paga impostos, cedo ou tarde, acabará pagando perante a sociedade e a história o preço do seu descompromisso com a ética". 
Será que ela esqueceu que agiu para poupar o adiar o julgamento de Lula, ao nomeá-lo para ministro-chefe da Casa Civil, concedendo-lhe o direito ao foro privilegiado? 
Por essa tentativa de obstrução da justiça, Dilma está sendo investigada no STF. Ou seja, como ela mesmo afirmou, ela está pagando perante a sociedade por seu descompromisso com a ética, ao tentar transformar Lula em ministro para que ele pudesse fugir do juiz Sérgio Moro.

Difícil de entender
Na primeira fase de questionamentos à presidente afastada, Dilma, na maior parte das vezes, além de não olhar diretamente para os senadores, não respondia, fazia voltas, se atrapalhava, fazia novas voltas, se atrapalhava de novo, puxava fatos desconexos, falava em assuntos que não foram questionados, repetia a palavra golpe indefinidas vezes, e puxava por tecnicismos quase incompreensíveis. 
Ou seja, depois de ler um discurso minuciosamente preparado não apenas por ela, a presidente, ao falar de improviso, se socorre do dilmês castiço. 
Não há quem consiga compreender.

Faça o que eu digo, não o que eu faço
"Se o contrato político com o povo for rompido, qualquer outro contrato poderá ser rompido", disse Dilma Rousseff em seu discurso no Senado. 
O PT entende bem de contratos rompidos, afinal, foi um dos artífices do processo de impeachment de Fernando Collor e do rompimento do "contrato político" com o povo, que o elegeu por 35 milhões de votos. 
O PT de Dilma, aliás, também tentou romper o contrato político de Fernando Henrique Cardoso com o povo, ao apresentar diversos pedidos de impeachment. 
Ou seja, quando lhe interessa, o PT não só rompe contratos políticos como não assina outros contratos, como a Lei de Responsabilidade Fiscal, um erro histórico que a própria Dilma reconheceu. 
Falar, portanto, em quebra de contrato com o povo é puro cinismo.

Farsa comprovada
Nas semanas que antecederam o dia de hoje, em que se apresenta perante os senadores, a presidente afastada Dilma Rousseff muito falou sobre a proposta de realizar um plebiscito popular sobre antecipação das eleições de 2018. 
Dilma passou dias balançando de um lado para o outro sem saber se aceitava encampar a proposta, e no fim não apenas empalmou essa bandeira como afirmou, em diversas entrevistas, que esse seria o ponto forte de seu discurso. 
Talvez por conta da decisão do PT de rejeitar a ideia de novas eleições, a grande proposta de Dilma de plebiscito, considerada por seus defensores como o trunfo dela para mudar votos, acabou por se resumir a um total de 280 caracteres, ou quatro linhas, em meio às 20 páginas e 30 mil caracteres do discurso que a presidente afastada fez na Tribuna. 
Em resumo, a proposta ficou do tamanho que sempre teve: nenhum.

Dilma, seu nome é mentira
"A mesma praça, o mesmo banco, as mesmas flores, o mesmo jardim". 
Esse trecho da música de Ronnie Von traduz com perfeição o que foi o discurso de Dilma no Senado. 
Nos 30 minutos em que ela falou aos senadores, estavam lá as acusações aos "golpistas", as referências à prisão dela na ditadura, a ausência de reconhecimento de erros, a falta de humildade em se expressar sobre seu governo, as mentiras sobre as causas da crise, a distribuição de responsabilidades, e bordoadas em tudo e todos. 
No fim, não conquistou votos. Talvez tenha até perdido.  

Blog do Jefferson

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