quarta-feira, 21 de setembro de 2016

EM TEMPO DE ELEIÇÃO DÁ UMA SAUDADE DO MEU PAI...

Gijo Válio considerava-se um humilde rastreador da terra.
Não tinha orgulho, nem vaidades, dizia que nada o fazia superior aos seus semelhantes, mas ERA SUPERIOR, SIM!
Apaixonado pela natureza, era ecologista NATO, num tempo em que a Ecologia ainda não servia para REMUNERAR as pessoas só porque se sujeitavam a sujar as mãos no plantio de mudas de árvores.
Não herdei isso dele, porque sou mais do asfalto, de praias, de cenários onde não haja nenhum perigo de animais peçonhentos ou de matas fechadas que me fazem perder a respiração.
Gijo sempre foi um defensor ferrenho  dos direitos do homem, para que ele viva sempre livre da exploração dos maus políticos e dos maus companheiros, pois aquele que conhece seus direitos não precisa nem de defensor. 
Acima de tudo, foi grande patriota e um eterno bairrista.
Algumas vezes, candidatou-se a prefeito, foi traído inúmeras vezes pelo povo e pelos correligionários, porque não era rico. Naquela época, o povo não votava em pobre porque tinha medo que ele roubasse o erário. Também não votava em quem não costumava ir à igreja para depositar uns "cobres" quando a sacola passasse angariando.
O povo caiu do cavalo com tanta gente endinheirada que colocou lá e em São Miguel!
Bairrista por demais, um dia o Gijo candidatou-se a Deputado Estadual, mas a cidade não lhe deu nem mil votos; teve até campanha de alguns sãomiguelenses estimulando que o povo daqui votasse no candidato de Itapetininga, um turco, que também não se elegeu à deputança, e até hoje é vereador na Terra das Escolas.
Não sou bairrista como meu pai, pois não tenho grandes orgulhos. 
Concordo com ele apenas quando afirmava que o ignorante não pode ser considerado um ser racional, e, claro os políticos sabem disso, pois mais de metade da população não sabe, por exemplo, o significado de termos como: "escrúpulo", "golpe", corrupção", etc.
A ignorância torna o homem um porco no chiqueiro, um boi no pasto, um galináceo no terreiro.
Se ele estiver com fome, vai ficar feliz quando seu dono lhe jogar a ração no cocho. E se der sede, que alívio correr para um riacho e sair dali satisfeito, pensando num sono gostoso e profundo!
Coitado!
Mal sabe que dentro de pouco, muito pouco tempo, o dono irá devorá-lo.
ESPERO, caro leitor, que você NÃO FAÇA PARTE DESTA SUB-RAÇA, mas se fizer, BEM FEITO, que ESTE PAÍS e mesmo a SUA CIDADE estão assim POR SUA CAUSA!
 
 

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