quarta-feira, 28 de setembro de 2016

"RASTROS EM NOSSOS CORAÇÕES"

Este foi um jogral que os alunos da 4ª. Série da Escola Professor Arcypreste Ruggeri apresentaram por ocasião dos 101 anos de aniversário da emancipação político-administrativa do município de São Miguel Arcanjo.
De autoria de Luiz Válio Júnior, o Gijo Válio, meu pai, este foi um dos poucos poemas que ele fez na vida, que era um idealista, sim, mas prático e de pé no chão.
Envolvido pelas histórias criadas pelos seus antepassados, assim se exprimiu nas linhas intituladas:

"RASTROS EM NOSSOS CORAÇÕES"

José Carlos do Patrocínio
lutava pela Abolição.
O movimento pela República explodia nos confins.
Os mineiros sentiam o calor do ideal de Tiradentes
à liberdade, ao progresso.
Os Vaz e os Nogueira de Barros
para cá se dirigiram,
vindos das Minas Gerais,
das montanhas,
das florestas,
dos lindos rios.
Caminharam dias,
semanas,
meses,
sempre contando as horas,
se deram às matas do sul paulista.
A Vila Fazenda Velha fundaram,
multiplicaram-se,
os Nogueira, os Vaz, os Galvão.
Sob as ordens do Tenente Urias,
moinhos construíram,
estradas nos sertões se abriram,
sementes plantaram,
capelas edificaram,
a fé se impôs.
De repente, a Vila cresceu,
foi pra frente, astuta.
Um nome a ela necessário se fez
para o assento real.
São Miguel Arcanjo,
inspirado no anjo,
padroeiro se fez.
Município se tornou
e hoje
o orgulho é nossa bandeira.
Do trabalho à religião,
Do argumento à solidez,
Da conquista do solo,
Do amor sorrindo pra todos.
Irmanou-se na grandeza
da singeleza dos homens.
Dos homens que deixaram
rastros em nossos corações.
Vamos pra frente,
Crianças!
Jovens!
Adultos!
Velhos!
Irmãos!
Vamos por na história de São Paulo e do Brasil
nosso progresso, nosso sentimento, nosso amor.
Na jornada da civilização,
no mundo dos mundos,
Fazenda Velha,
São Miguel Arcanjo,
que, inspirada num Anjo,
Município se fez.
Parabéns, cidade querida!


Pois então, meu saudoso velho, a cidade continua ainda sem glória, habitada por uma gente que não tem orgulho de nada, entregue às forças da natureza - digo da natureza humana -, cujo poder de destruição é rápido e rasteiro.
A política?
Ah, a política!
Não há no meio político nenhuma pessoa digna de confiança, cada qual entra no páreo apenas com o intuito de aumentar suas rendas ou dar início à construção do próprio pé de meia.
Agora, então, de tão avacalhada que anda a política local, armam-se as candidaturas e depois fazem-se as apostas cada vez mais bestas, as quais terminam fechadas pelo mesmo apostador que principiou a jogada, num verdadeiro círculo vicioso.
SÃO MIGUEL ARCANJO QUE NOS PROTEJA DE TANTA IGNOMÍNIA!         

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