sexta-feira, 15 de novembro de 2013

MULHERES QUE TIVERAM A VER COM A PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA

Aprende-se na escola que no dia 15 de novembro comemora-se no Brasil a Proclamação da República, que aconteceu há exatamente 124 anos.
Isso quer dizer que deixamos de ser governados por um rei, passando a ser uma República Federativa.
Aprendemos certo?
O historiador 
Laurentino Gomes, autor do livro "1889" diz que nos ensinaram errado.
Para ele, " existe um erro histórico: a Proclamação da República ocorreu, na verdade, na madrugada do dia 16, quando o Marechal Deodoro se juntou aos militares que ocupavam o centro do Rio de Janeiro”.
Deodoro, segundo ele, " teve um papel mais institucional do que de protagonista. Estava idoso e doente, mas decidiu se juntar aos demais soldados, pois estava acostumado a liderar tropas”.
O conflito armado pelas divergências entre os militares e o Império ganhou corpo. 
Os soldados se sentiam desprestigiados, reforçando o apoio ao movimento republicado, culminando no golpe de Estado que tirou o trono do imperador Dom Pedro II, feito prisioneiro antes de ser enviado para exílio na Europa. 
Segundo Laurentino, o bloco republicano teve participação efetiva de intelectuais e militares insatisfeitos com as decisões da família real. 
Integravam o grupo o militar Benjamin Constant, o advogado Campos Sales, o jornalista Quintino Bocaiúva e o representante da aristocrata cafeicultora paulista Prudente de Moraes.
A insatisfação com a monarquia também foi desencadeada pela iminência de a princesa Isabel ser imperatriz do Brasil, já que ela era a terceira na linha sucessória.
A aristocracia brasileira não aceitava a ideia de uma mulher governar o País, principalmente Isabel, casada com o francês Gastão de Orléans, o conde D'eu. 
Para os nobres, o Brasil acabaria governado pelo europeu.
Outro fato determinante para a onda republicana foi a abolição da escravatura, promulgada um ano antes, por meio da Lei Áurea, assinada pela princesa Isabel, fato que desagradou a elite, pois acabou com umas das maiores fonte de lucro dos fazendeiros, sem nenhuma indenização. 
“Os aristocratas se sentiram traídos pela monarquia, reforçando ainda mais o movimento republicano”, ressalta Laurentino.
No movimento republicano, os radicais consideravam que o novo regime seria um meio para ampliar a democracia. Já oligarcas viam a chance de maior autonomia nas províncias do País.
Em seu livro, Laurentino Gomes relata outro episódio curioso que ocorreu nos bastidores que antecederam a Proclamação da República: a disputa entre o Marechal Deodoro e senador gaúcho Gaspar Silveira de Martins pelo amor de Maria Adelaide Andrade Neves Meireles, a baronesa do Triunfo. 
Eles rivalizaram desde 1883.
O senador levou a melhor sobre o militar e conquistou a baronesa. Foi o início do atrito entre os dois, culminando na decisão de Deodoro em aderir de vez ao movimento republicano.
Entretanto, a história das eleições no Brasil foi marcada por dois regimes ditatoriais e pela prática do voto de ‘cabresto’, ou seja, o controle do meio político pelo abuso de poder.
O sistema presidencialista foi mantido, prevalecendo sobre parlamentarismo e a monarquia. 
Fonte: Diário do Grande ABC- Rogério Santos.

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