Benefício assistencial é pago até a mortos
Agência Estado - Hoje em Dia - Belo Horizonte
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O governo federal detectou quase 1,2 mil pessoas já falecidas que
estavam recebendo o Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago a
idosos com mais de 65 anos e pessoas com deficiência de baixa renda.
Pouco mais de 70 passaram a receber o auxílio depois de já terem
morrido.
------------- "Isso aí já entra para a esfera policial, vamos estudar caso a caso para ver o que aconteceu, ver se tem alguma coisa organizada por trás disso", afirmou ao Estado o secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário (MDSA), Alberto Beltrame.
O governo ainda identificou como beneficiárias do BPC famílias com renda per capita acima de dois salários mínimos (R$ 1.874).
------------- "Isso aí já entra para a esfera policial, vamos estudar caso a caso para ver o que aconteceu, ver se tem alguma coisa organizada por trás disso", afirmou ao Estado o secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário (MDSA), Alberto Beltrame.
O governo ainda identificou como beneficiárias do BPC famílias com renda per capita acima de dois salários mínimos (R$ 1.874).
A lei diz que só têm
direito ao auxílio as famílias que ganham até 1/4 do salário mínimo (R$
234,25) por pessoa.
O valor do benefício é de um salário mínimo (R$
937).
A pasta começou a fazer um pente-fino no BPC em janeiro, após uma década sem que os benefícios tivessem sido revisados, embora a lei preveja uma verificação periódica a cada dois anos.
A pasta começou a fazer um pente-fino no BPC em janeiro, após uma década sem que os benefícios tivessem sido revisados, embora a lei preveja uma verificação periódica a cada dois anos.
De caráter assistencial (quem recebe não precisa ter
contribuído ao INSS), o BPC pagou R$ 49 bilhões a 4,4 milhões de
beneficiários em 2016 e é alvo de propostas dentro da reforma da
Previdência para tentar endurecer as regras de concessão, por conta do
seu elevado e crescente custo aos cofres da União.
O cruzamento com outras bases de dados do governo federal encontrou 1.194 beneficiários já falecidos. Desses, 719 já tiveram o auxílio suspenso, e outros 475 serão interrompidos na próxima folha de pagamento, de acordo com dados do governo. O custo com esses benefícios, pagos indevidamente, é estimado em R$ 13,4 milhões ao ano.
O grupo também detectou 52,8 mil benefícios que vêm sendo pagos a famílias com renda per capita superior a meio salário mínimo - em quase metade dos casos, a renda per capita chega a superar dois salários mínimos. A maior parte foi concedida pela via administrativa, mas há uma parcela menor desses auxílios que foi autorizada após ações judiciais, individuais ou coletivas.
Por ser mais simples, o governo vai começar a revisão pelos benefícios concedidos pela via administrativa. Serão convocadas 42,9 mil pessoas para prestar contas, 20 mil delas com renda per capita identificada acima dos dois salários mínimos. A primeira remessa de cartas, que será despachada a partir desta segunda-feira, inclui 17 mil beneficiários com as maiores rendas.
O cruzamento com outras bases de dados do governo federal encontrou 1.194 beneficiários já falecidos. Desses, 719 já tiveram o auxílio suspenso, e outros 475 serão interrompidos na próxima folha de pagamento, de acordo com dados do governo. O custo com esses benefícios, pagos indevidamente, é estimado em R$ 13,4 milhões ao ano.
O grupo também detectou 52,8 mil benefícios que vêm sendo pagos a famílias com renda per capita superior a meio salário mínimo - em quase metade dos casos, a renda per capita chega a superar dois salários mínimos. A maior parte foi concedida pela via administrativa, mas há uma parcela menor desses auxílios que foi autorizada após ações judiciais, individuais ou coletivas.
Por ser mais simples, o governo vai começar a revisão pelos benefícios concedidos pela via administrativa. Serão convocadas 42,9 mil pessoas para prestar contas, 20 mil delas com renda per capita identificada acima dos dois salários mínimos. A primeira remessa de cartas, que será despachada a partir desta segunda-feira, inclui 17 mil beneficiários com as maiores rendas.
--------------- "Tem gente com renda comprovada até acima de três
salários mínimos per capita. É muito provável que esses beneficiários
subdeclararam renda no momento da concessão", afirmou Beltrame.
Cada beneficiário tem até 40 dias para apresentar sua defesa, ou o benefício é cancelado.
Cada beneficiário tem até 40 dias para apresentar sua defesa, ou o benefício é cancelado.
------------- "Do universo de quem está acima de dois salários, a
economia seria de R$ 2,1 bilhões ao ano. Mas, nesse momento, ainda é
precoce dizer que vamos economizar isso, seria considerar que todos eles
estão irregulares. Mas é provável que a gente chegue a números
expressivos nessa primeira revisão administrativa, pelo menos R$ 1
bilhão ao ano", acrescentou o secretário.
Neste momento, o governo ainda não vai convocar os mais de 137 mil beneficiários com renda per capita identificada entre 25% e meio salário mínimo.
Neste momento, o governo ainda não vai convocar os mais de 137 mil beneficiários com renda per capita identificada entre 25% e meio salário mínimo.
Pela lei, essas pessoas não poderiam receber o BPC, mas o
Supremo Tribunal Federal (STF) considerou esse critério insuficiente
para detectar uma eventual condição de vulnerabilidade.
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