quarta-feira, 14 de março de 2012

DECO DA RÁDIO


Quem vota pela primeira vez em São Miguel Arcanjo talvez nunca tenha ouvido falar de Deco da Rádio. 
Muito menos que um dia ele foi Presidente da Câmara de Vereadores do município. 
No ano de 1.997, instado pelo então vereador Davilson José Cavalheiro, líder do prefeito, hoje residindo em Portugal, a assinar o documento acima, não o fez. 
Nessa época, Davilson impedia todos os atos contrários ao prefeito Luiz Gonzaga Albach que viessem de algum vereador.
Desafiava, como um galo de briga, a quem quer que fosse a provar que o prefeito herdeiro da política de Nestor Fogaça não administrava de forma correta, limpa e transparente.
Nunca foi possível, através da Câmara, chamar Albach para dar qualquer satisfação dos seus atos.
A transparência do governo Albach era notória e foi essa a única lição que ele passou para o atual prefeito Mossin, quando apoiou sua candidatura ao cargo majoritário há sete anos; talvez dele também a lição passada ao Ari Rosa do Nascimento, o cavalheiro de ferro e braço direito do prefeito atual. 
Naquela época, a Câmara se compunha de onze elementos. 
Seis faziam parte da ala "zaguista" e eram partidários da mesma ideia.
Para eles, o povo não sabia de nada, não entendia de nada, não precisava saber e nem entender nada; só votava e pronto.
A Câmara era curral do senhor prefeito.
Um jornal da época, que não existe mais, dizia que os vereadores favoráveis às tramas de Albach eram domesticados pelo próprio prefeito, "todos comem na sua mão, decoram os seus textos e muito bem "ensaiadinhos" representam nas Sessões o seu papel, sob os olhares atentos do autor da peça que muito bem instalado, assiste e intimamente aplaude, interessado apenas no resultado final e nos Requerimentos rejeitados".
O líder do prefeito, Davilson Cavalheiro, "dá coices na tribuna como o cavalo ensinado do Beto Carrero, mas não faz de graça... nem tão barato".
Os outros vereadores da ala "zaguista" "permanecem quietos, até que dependendo do sinal combinado levantam sincronizados ou permanecem sentados. Alguns, apesar de domesticados, são mais afoitos e arriscam na tribuna o próprio pescoço, trocando palavras ou até mesmo perdendo a fala, mas conseguem assim ir se promovendo diante do seu prefeito". 
Que Albach foi um grande domador, isto não resta dúvida.
Mas hoje ele paga, aliás, ele deve mais de 600 mil reais ao erário público.
Devolverá tudo isso um dia?
Quanto ao Deco da Rádio, fora da política, numa época de vacas magras que teve na vida, quis vender licor - ele faz licores deliciosos - numa festa popular, há dois ou três anos, sob o atual governo do PSDB, mas o encarregado da Cultura local não deixou.
 

Um comentário:

Frann disse...

Parece que o filme vem se repetindo como no relato dessa crônica...em vários parágrafos há repetição do comportamento dos políticos atuais...e essa da "proibição da venda do licor" também foi bem marcante...e não existe coisa melhor do "sombra e água fresca"...o poder corrompe desde os tempos de antanho...