quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

VICENTE LEPORACE, QUE CONHECI NO RÁDIO DE MEU PAI, FALA SOBRE O RÁDIO E A TELEVISÃO.




O Trabuco, Vicente Leporace, por Cláudio Paixão (Na trilha do Rádio)

No dia 26 de janeiro de 1912, nasceu em São Tomás de Aquino, no interior de Minas Gerais, o “Trabuco” Vicente Leporace. Sessenta e seis anos depois o povo brasileiro perdia a voz que gritava pela causa popular nos microfones da Rádio Bandeirantes; 
Leporace faleceu em São Paulo no dia 16 de abril de 1978. 
Foi locutor, programador, discotecário, ator e apresentador de TV.
Ainda na infância mudou com a família para a cidade de Franca no interior paulista. Já na adolescência participou da Revolução de 1932. Começou sua carreira artística em 1941, na rádio Clube Hertz de Franca, a convite de Blota Júnior. Passou pelas rádio Atlântica de Santos; Rádios Mayrink Veiga (RJ); Cruzeiro do Sul (SP); Record (SP) e Bandeirantes (SP).
Na Rádio Record - PRB-9, de São Paulo, lançou em 1º de abril de 1951, o programa jornalístico "Jornal da Manhã", ele redigia e apresentava o programa. 
Na TV Record - canal 7, nos anos 50, apresentou o programa "Gincana Kibon", junto com Clarice Amaral. O programa apresentado ao vivo divulgava apresentações de crianças que frequentavam escolinhas de Ballet, Conservatórios, etc. Em cada edição do programa era sorteado um aniversariante para comemorar a data com bolo gelado da Kibon.
Também foi ator. Estreou no cinema em 1947 no filme "Luar do Sertão" e participou de muitos outros, como: “A Vida é uma Gargalhada (1950), "Sai da Frente” (1952), “É Proibido Beijar” (1954), "Carnaval em Lá Maior" (1955), "O gigante, a hora e a vez do cinegrafista" (1971).
Em 1969 na TV Bandeirantes (Band), canal 13 de São Paulo, apresentou o jornal Titulares da Notícia, ao lado de Maurício Loureiro Gama, José Paulo de Andrade, Murilo Antunes Alves, Lourdes Rocha e outros. 
Em 1962 Vicente Leporace passou a integrar a equipe de radiojornalismo da Rádio Bandeirantes - PRH-9 de São Paulo, onde estreou o programa "O Trabuco", levado ao ar das 8h às 9h da manhã, no qual comentava as noticias publicadas nos jornais do dia, com uma dose de ironia e inteligência. 
Suas críticas irônicas, acabaram lhe rendendo processos em quase todas as instâncias da justiça.
Nos anos 60, durante o regime militar teve dezenas de seus programas requisitados pela censura da época. 
Um desses programas foi ao ar em 31 de agosto de 1968, por não constar nos registros da época qual foi a critica que levou o programa a ser requisitado, subtende-se que, por Leporace criticar todas as áreas do governo e governantes, o conjunto que compõe o programa levou a requisição.
“O Trabuco” tornou-se um símbolo da defesa dos oprimidos. Criticava acontecimentos políticos e sociais, todos temiam e respeitavam o que dizia Leporace. O programa permaneceu por dezesseis anos no ar, até sábado, 15 de abril de 1978, quando Leporace se despediu dos ouvintes prometendo voltar na segunda-feira, mas foi vitimado por um ataque cardíaco e faleceu no dia seguinte.
No ultimo programa, logo na abertura, em uma especie de sentimento premonitório Leporace falou de hipertensão e de infarto do miocárdio e da possibilidade de alguns políticos infartarem na segunda-feira seguinte com o anúncio de quem seriam os próximos governadores, mas quem foi vitimado por um ataque cardíaco fulminante foi o próprio Leporace. 
 

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