Matéria da Folha de S. Paulo sobre a ficha corrida de Dilma Rousseff durante o regime militar:
A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) questionou a autenticidade de um dos documentos referentes à sua prisão pelo regime militar publicado, com outros quatro, em reportagem da Folha no último dia 5. Segundo a ministra, a ficha em que ela aparece qualificada como "terrorista/assaltante de bancos" e da qual consta o carimbo "capturado" sobre a sua foto é uma "manipulação recente". Dilma disse que o documento não consta dos arquivos em que ela mandou pesquisar.
"A ficha é falsa, é uma montagem. (...) Estou, atualmente, numa discussão, tentando ver com a Folha de S. Paulo de onde eles tiraram aquela ficha, porque até agora ela não está em nenhum dos arquivos que pelo menos nós olhamos. Então, ela não é produto nem daquela época, ela é produto recente, manipulado, de órgãos ou de interesses escusos daqueles que praticaram esses atos no passado", disse a ministra em entrevista à radio Itatiaia, de Belo Horizonte.(...)"Eu nunca militei em São Paulo nesse período que eles relatam na ficha. Eu morava em Minas. Tem datas aí [na ficha], de 1968, que eu não só morava aí [em BH] como estudava na Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG. Tinha endereço certo e sabido."
Na sua reportagem, a Folha informava, na legenda sob a reprodução do documento, que a ministra não havia cometido crimes a ela imputados. Dilma disse ainda que, embora tenha ficado presa por seis anos, "infelizmente ou felizmente", nunca foi julgada por participação em ações armadas. "Nunca fui julgada por nenhuma ação armada ou por um assalto a banco, porque as minhas circunstâncias foram essas, não os cometi."(...)"A minha situação fica bastante desagradável para aqueles que defendem ou que houve ditadura branda no Brasil ou que no Brasil havia uma regularidade, naquele período, democrática. Nem uma coisa nem outra. Naquela época se torturava, se matou, se prendeu".(...)"Muitas vezes as pessoas eram perseguidas e mortas... E presas por crime de opinião e de organização, não necessariamente por ações armadas. O meu caso não é de ação armada. O meu caso foi de crime de organização e de opinião, que é, vamos dizer assim, a excrescência das excrescências da ditadura".
O que dizer?
Algumas questões históricas precisam ser esclarecidas.
Dilma afirma, em sua última citação na matéria da Folha, que não teria sido presa por participar de ações armadas.
Que suas prisões seriam pelo crime de organização e de opinião. Será?
Dilma fazia parte dos quadros da VAR-Palmares, e sempre se orgulhou disso.
A VAR-Palmares atuou em alguns dos mais notórios casos de terrorismo durante o regime militar, entre eles:
- Julho de 68 – Execução de Edward E. T. Otto Maximilian Von Westernhagen, major do Exército alemão;
- Outubro de 68 – Execução de Charles Rodney Chandler, capitão do Exército dos EUA;
- Julho de 69 – Assassinato de Cidelino Palmeiras do Nascimento, motorista de táxi (conduzia policiais em seu carro), decorrência do assalto ao Banco Aliança
- Julho de 69 – Roubo do “Cofre do Adhemar”. O dinheiro nunca apareceu.
- Fevereiro de 72 - Assassinato de David A. Cuthberg, marinheiro inglês, de 19 anos, que visitava o Brasil com sua fragata. Quatro membros da VAR-Palmares estavam entre os executores.
Diante da afirmação de Dilma de que não participou de ação armada, cabe perguntar:
O que a senhora ministra fazia realmente no VAR-Palmares? Servia cafezinho?
Lavava os pratos?
Blog do Patrick
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