De "noivo enjeitado" a príncipe
Depois de fazer pouco de Michel Temer e de seu partido, o PMDB, por um bom tempo, principalmente após a vitória de Eduardo Cunha à presidência da Câmara, Dilma agora espalha aos quatro ventos que o vice é um "grande articulador de consensos na política brasileira". Mais: que Temer "tem responsabilidades essenciais", como o "auxílio na condução" de seu governo, conta a "Folha de S.Paulo". E tome de marcar agenda com os pemedebistas para que eles, que comandam o Congresso, ajudem na governabilidade, leia-se aprovação de medidas amargas que compõem o ajuste fiscal. Que a presidente só lembra do PMDB quando a situação foge ao seu controle e de seu partido, o PT, que tudo faz (e fez) para atazanar a vida do "parceiro", como a tentativa recente de derrubar a candidatura de Cunha, não é novidade (os exemplos são fartos). A de Renan eles não obstruíram porque dele dependem e muito lhe devem. Ia ficar muito feio se o Planalto lhe desse as costas justo na hora em que ele mais precisava. Resta saber se manterá o apoio caso Renan caia nas redes da lava-Jato. O programa partidário do PMDB, que irá ao ar na próxima quinta, dia 26, e que não fala nem em governo nem em Dilma, apenas promove o próprio partido, chamando para si as obras dos seus ministros (seis ao todo), ajuda a tornar a noiva pemedebista ainda mais cobiçada.
A vida encrencada de Bendine
A "Folha" revela hoje que o presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, mentiu ao jornal no ano passado quando negou que a socialite Val Marchiori, com dois amigos, tivesse viajado com ele em missão oficial, para Buenos Aires, em 2010, em um avião a serviço do Banco do Brasil, que Bendine presidia. A confirmação partiu o ex-vice-presidente da área internacional do BB ao Ministério Público Federal, Allan Toledo, desafeto de Bendine, que também estava no voo. "Três anos depois dessa viagem, Marchiori obteve um empréstimo de R$ 2,7 milhões do Banco do Brasil para sua empresa, numa operação que contrariou normas internas do banco e se tornou alvo de investigações do Ministério Público e da Polícia Federal", comenta a "Folha". Em Buenos Aires, Bendine e Marchiori ficaram hospedados no mesmo hotel. A assessoria do BB nega que os dois tenham viajado no avião usado por Bendine, mas num outro, pertencente ao Banco da Patagônia e emprestado ao BB, que possui 60% do capital do banco argentino. Se ficar provado que a amizade entre Bendine e Marchiori resultou em prejuízo ao BB, o atual presidente da Petrobras pode ser acusado por crime de improbidade administrativa. Para complicar a vida do ex-presidente do Banco do Brasil, seu ex-motorista, Sebastião Ferreira da Silva, disse à Justiça que, uma semana após a viagem a Buenos Aires, Bendine e Val se hospedaram no Copacabana Palace, no Rio, sendo que o banco teria pago as despesas do casal. Ele nega. Em meio a um mar de problemas, um presidente com vida pessoal encrencada era tudo que a Petrobras não precisava.
Lá vai o Brasil, descendo a ladeira...
Chega a impressionar a velocidade com que estão se deteriorando as perspectivas em relação aos principais indicadores da economia brasileira neste ano de 2015. O boletim Focus de hoje trouxe nova redução drástica na estimativa do PIB e um novo aumento nos números da inflação. Os economistas consultados pelo Banco Central rebaixaram de -0,42% para -0,50% o crescimento do PIB em 2015. No caso da inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a projeção dos analistas aponta para 7,33% em 2015, também pior do que a da semana passada, quando era esperada alta de preços de 7,27%. Já para a taxa básica de juros, a estimativa permanece em 12,75%. Para o Palácio do Planalto, tristeza não tem fim...
E o caldo ferve!
Semana, que praticamente marca o início do ano político, promete ser de tensão máxima. O procurador-geral Rodrigo Janot pretende enviar ao STF a lista com políticos e autoridades a serem processados por terem supostamente se beneficiado com o petrolão. Em Brasília não se fala de outra coisa, apesar de Dilma ter vazado à imprensa que pretende se reunir com a base, lançar novos programas em cadeia de TV, viajar pra falar com o eleitor "olho no olho", entre outras "mágicas" pra recuperar a credibilidade perdida. 2015, enfim, começou! Sai de baixo!
Transcrito do Blog do Jefferson, de hoje.
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