Na revista Galileu:
Até você terminar de ler este texto, pelo menos 20 pessoas terão morrido em algum lugar do mundo.
São 700 mortes por hora, mais de 50 milhões por ano. Mas apenas uma pequena fração desse número é registrada – e na maioria dos países os atestados de óbito são ineficazes. Informações coletadas em 36 deles mostraram que, quando os atestados existem, mais de 75% deles utilizam os chamados garbage codes (“códigos inúteis”, em tradução livre). O termo diz respeito a expressões generalistas, que não deixam clara ou pouco dizem sobre a causa da morte. “Trauma cerebral”, por exemplo, pode ser tanto resultado de um acidente de carro quanto um aneurisma.
Dos países com dados disponíveis, a Finlândia é o que mais se destaca – quase 93% das informações dos atestados de óbito são consideradas úteis. Na outra ponta aparece a Geórgia, onde apenas 24,5% dos atestados servem para alguma coisa. Os dados do Brasil foram avaliados como não confiáveis, porque 34% dos atestados continham garbage codes. O problema da carência de informação é que as verbas da saúde acabam sendo distribuídas em desacordo com a necessidade de cada área. E os efeitos disso são visíveis: desde 1990, as mortes prematuras por doenças crônicas crescem nos países em desenvolvimento. Hoje, ultrapassam a casa do milhão, e a estimativa de gastos para os próximos 20 anos é de US$ 23 trilhões.
Nenhum comentário:
Postar um comentário