sábado, 25 de abril de 2015

BOA TARDE!

O dia hoje amanheceu meio frio e com vento em São Miguel Arcanjo, mas o sol está ótimo e as perspectivas de vida também.
Enquanto praticava todas aquelas coisas que só uma mulher consegue fazer ao mesmo tempo, como por exemplo, cozinhar um feijão, arrumar as camas, lavar a louça empilhada na cozinha, varrer aqui e ali, levar tênis do filhão para tomar um ar lá fora, tirar o lixo, acionar a máquina para bater as roupas sujas, aproveitei para ouvir uns discos do meu acervo, sem esquecer de oferecer a minha saudosa mãe as músicas italianas que amo muito e que ela também gostava.
De repente, um susto!
Pois não é que a tecnologia está acabando - para alguns, já acabou! - com muitos prazeres da nossa vida, inclusive com a nossa própria imaginação?! 
Como pudemos permitir isso?
Uma coisa tão livre e tão nossa, que habita no mais profundo da nossa mente, ou sei lá de onde assim tão enraizado na gente, como foi que permitimos que esses fios medíocres profanassem nosso altar?
Não!
É preciso soltar a imaginação, ao menos para termos certeza de que ainda somos capazes de possuir e controlar essa força! Nossa!
É preciso dar corda à imaginação para alimentar o espírito, que ele também precisa, de vez em quando, ser libertado da nossa loucura interior. 
Só nossa!
É preciso ligar-se na imaginação.
E isso só mesmo através da audição de músicas variadas, quando sentimos um leve rejuvenescimento nesse doce passeio voando para dentro de nós.
Que bom, nesse embalo, lembrar que temos nossa própria história, como num livro aberto, alternando páginas e páginas com bons e maus momentos onde estão guardados muitos pecados que nunca foram confessados, nem jamais serão; onde dormem sensações as mais estranhas nunca antes reveladas e que continuarão adormecidas; onde se escondem períodos de medo e falsidade, de amores gastos e outros não correspondidos, de ódios mortais estagnados nas veias, de fraquezas, alegrias e também de lágrimas, de dores indesejadas e de solidão.
Mas que são coisas nas quais nos calçamos para irmos em frente, para lutarmos e sobreviver.
E é justamente isso que a tecnologia quer atacar e destruir?
Para deixar-nos nus e vazios?
Bendita a música e seu compositor, mas a música feita com alma e coração, aquela que foi feita de dentro para fora e para falar de fora para dentro de nosso prazer.
Bendito o que sobra a cada encontro com a gente mesma!


OBS: a seleção de músicas do disco da novela Pantanal é sensacional para esses momentos radicais.


Boa tarde!

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