sábado, 18 de abril de 2015

AGNALDO TIMÓTEO DIZ QUE MOLEQUE AÉCIO QUER VER O PAÍS PEGAR FOGO

Li nalgum lugar que o ex-vereador e cantor Agnaldo Timóteo disse em um programa da Rede TV que Aécio Neves quer ver o país "pegar fogo". 
--------  "Esse playboyzinho de Copacabana e Ipanema está agindo como moleque. Esse moleque que governou Minas Gerais quer que o país pegue fogo".
Mas quem é Agnaldo Timóteo?
Em janeiro deste ano, o jornal O Dia entrevistou o cantor que deixou claro que sabe tudo sobre política, sobre o Brasil e sobre o povo brasileiro.
Leia a entrevista que esse malufista deu para o aludido jornal:

O DIA: Agnaldo, há 30 anos você votou em Paulo Maluf, no Colégio Eleitoral que deu vitória a Tancredo Neves. Por quê?
Agnaldo Timóteo: Fui procurado pelo Maluf. Como administrador, Maluf é simplesmente irretocável. Querendo mudar meu voto, o (cartunista) Ziraldo me levou até Tancredo, que já estava muito debilitado. No encontro, ele quase caiu, num carpete. Foi nosso único encontro. Um dia, um deputado do PDT, Fernando Lira, de Pernambuco, me chamou e disse o PDT queria que eu acompanhasse o partido, queriam que eu votasse no Tancredo. Não votaria. Ele estava doente e não tinha condição.

O DIA: Foi nesse encontro que você percebeu que Tancredo estava doente?
Agnaldo Timóteo: Antes disso. Eu fui à casa do Maluf, e ele me disse: "Agnaldo, se você achar que seu voto vai lhe prejudicar com o PDT, pode votar no Tancredo, que está muito doente. Ele só consegue disputar agora. Eu não, tenho ainda pelo menos mais cinco." Com isso, ainda tentei mudar a cabeça da liderança do PDT, mas não consegui. O pessoal do Tancredo estava dando dinheiro. Alguns deputados ganharam 500 mil dólares.

O DIA: 
Houve compra de votos?
Agnaldo Timóteo: A eleição do Tancredo foi um negócio absurdo. O pessoal do dinheiro não queria o Maluf, porque entendia que ele seria a continuidade do governo Figueiredo. Então, despejaram dinheiro.

O DIA: Quanto?
Agnaldo Timóteo: 
O necessário para comprar os nossos votos. O meu não compraram. Dei minha palavra a Maluf e cumpri. Isto (de comprar voto) corre muito no Congresso e serve de ajuda para pagar dívida de campanha. Aliás, não foi a única vez que recusei vender meu voto. Na (emenda de) reeleição de FHC (Fernando Henrique Cardoso, em 1995), me ofereceram também dinheiro para votar com o governo. Não votei, porque a emenda valeu para o FHC mas não para o Maluf, em São Paulo, que teve de colocar o (Celso) Pitta. A popularidade do Maluf era tanta que seu indicado foi eleito facilmente.

O DIA: De volta a 1985, por que não denunciou a compra de votos e a doença de Tancredo?
Agnaldo Timóteo: 
Denunciei. Falei na Hebe, no Faustão. E ainda fui à tribuna pedir que os candidatos se submetessem à junta médica. Queria saber se realmente tinham condições de governar o país. A reação foi violenta. Só não me quebraram porque estávamos dentro do Congresso. A história mostrou quem estava certo.

O DIA: Após 20 anos de ditadura, o retorno ao governo civil veio tarde?
Agnaldo Timóteo: 
Veio na hora certa. O governo militar tinha o apoio civil e era cercado de civis. Lamento que tenhamos sidos enganados, porque ganhou o Tancredo e quem levou foi o (José) Sarney, que diga-se: foi um belo presidente. Digo mais: Sarney deu muito mais ao Maranhão do que deveria. De qualquer forma, para muitos veículos, como a Rede Globo, a abertura não era algo urgente. Tanto que demorou entrar com cobertura das Diretas Já. Para a Globo, como para muita gente, tudo estava ótimo. Os militares não mataram. Estende-se um tapete vermelho para Fidel Castro. Realmente, Fidel não torturou ninguém. Matou logo.

O DIA: A tortura, então, foi e é aceitável?
Agnaldo Timóteo: 
A tortura é necessária! É necessária em determinados crimes monstruosos. Você não vai conseguir que confessem, se não houver tortura.

O DIA: Pessoas inocentes podem confessar justamente pela tortura.
Agnaldo Timóteo: 
Nada. Bobagem. Esse policial que matou a Mércia (Nakashima) e a jogou viva no rio... até hoje não confessou! Então, às vezes, os militares tiveram que usar (a tortura). Aliás, hoje ainda se usa a tortura. Em muitos casos, a tortura se faz necessária.

O DIA: É crime.
Agnaldo Timóteo: 
Crimes são as barbaridades que ocorrem todos os dias e que não aconteciam antes. 

O DIA: Ocorriam. É só ler os jornais da época.
Agnaldo Timóteo: 
Não como hoje. E ainda tem a corrupção que não existia antes.

O DIA: Agnaldo, a imprensa não podia denunciar.
Agnaldo Timóteo: 
Todos militares morreram pobres ou com padrão médio.

O DIA: O senhor disse que o Ziraldo foi quem o apresentou a Tancredo. Ele é de esquerda. Se davam bem?
Agnaldo Timóteo: 
Sim. Tenho uma paixão especial por Ziraldo. Ele é um cara de esquerda diplomático. Nunca foi agressivo. E apesar da nossa boa relação, sempre o contestei. O mundo não é esquerda. O mundo é capitalista. Os países que optaram pela esquerda se deram mal.

O DIA: Cuba resiste.
Agnaldo Timóteo: 
A ditadura cubana acabou. E destruiu tudo. Foi tudo para cucuia. Vão ter que abrir tudo para recuperar o país que eles destruíram.

O DIA: Mas tem os melhores índices em educação da América Latina e exporta saúde pública.
Agnaldo Timóteo: 
Uma ova. O médico ganha 20 dólares. Me dá um nome de um jogador famoso. O de um cantor famoso. Lá só tem lutador de boxe.

O DIA: Não é assim. Há livros traduzidos para o português.
Agnaldo Timóteo: 
Olha, bom mesmo é o Brasil. Aqui você tem direito a trabalhar e vencer na vida. Dá nojo essa história da Comissão Nacional da Verdade. Verdade de quê? Só se for deles. Mandei e-mail para eles.

O DIA: O que responderam?
Agnaldo Timóteo: 
Eles não querem briga comigo. Quer saber, vocês da imprensa não tem também liberdade. O mundo capitalista não deixa. Me levaram para um debate numa rádio aqui do Rio e dei uma porradinha no (ex-governador) Sergio Cabral. Nunca mais me chamaram. Descobri que não se podia falar mal do Cabral lá. A nossa democracia nos dá o direito de fazer apenas tudo aquilo que eles deixam. E eu pago caro por isso. Há dez anos eu não canto na Globo.

O DIA: E na ditadura?
Agnaldo Timóteo: 
Éramos livres. Nunca fui censurado.

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