No dia 24 de agosto de 2015 faleceu José Pereira dos Santos, com a idade de 56 anos, não deixando descendência. Era filho de Delfino Pereira dos Santos e Rosalina Garcia, tios de Ari e Orlando Leme Pinheiro, gente lá do bairro Santa Cruz, em São Miguel Arcanjo.
Quando vi a notícia da morte do José, lembrei de um artigo escrito por Orlando Pinheiro no extinto periódico SMA NEWS, de Antonio Cláudio Nogueira, publicado em 20 de abril de 2002, no qual vai descrevendo um pouco sobre o tio Delfino, pai do José:
Quando vi a notícia da morte do José, lembrei de um artigo escrito por Orlando Pinheiro no extinto periódico SMA NEWS, de Antonio Cláudio Nogueira, publicado em 20 de abril de 2002, no qual vai descrevendo um pouco sobre o tio Delfino, pai do José:
Assim:
....... Esta coluna faz lembrar o meu saudoso tio Pereira, lá de Santa Cruz, calejado nas lides da roça, e que de leitura só sabia fazer o nome para votar, mas calculava de cabeça as contas das sacas de arroz que colhia no banhado...
Quando o Ari, meu irmão, terminou o ginásio, foi mostrar ao tio o diploma e o velho, coçando a cabeça branca, falou:
....... Esta coluna faz lembrar o meu saudoso tio Pereira, lá de Santa Cruz, calejado nas lides da roça, e que de leitura só sabia fazer o nome para votar, mas calculava de cabeça as contas das sacas de arroz que colhia no banhado...
Quando o Ari, meu irmão, terminou o ginásio, foi mostrar ao tio o diploma e o velho, coçando a cabeça branca, falou:
- "Tché! Diproma é esse papé? Num serve pra nada... pensei que era coisa importante".
Uma vez, fiz um trabalho de uma página no Cruzeiro do Sul sobre a história do bairro, e na festa de São José peguei uns cinquenta exemplares e fui distribuir para aquele povo.
E o tio Pereira, folheando a edição especial, filosofou:
Uma vez, fiz um trabalho de uma página no Cruzeiro do Sul sobre a história do bairro, e na festa de São José peguei uns cinquenta exemplares e fui distribuir para aquele povo.
E o tio Pereira, folheando a edição especial, filosofou:
- "Cumé que os home arranja tanta bestera pra escrevê..."
Tio Pereira era assim... Cheio das "fisolustria".
Quando vinha na vila, gostava de falar difícil.
Um dia, foi a Itapetininga, e pela primeira vez deu de cara com uma máquina de moer cana movida à eletricidade.
Tio Pereira era assim... Cheio das "fisolustria".
Quando vinha na vila, gostava de falar difícil.
Um dia, foi a Itapetininga, e pela primeira vez deu de cara com uma máquina de moer cana movida à eletricidade.
Ele que só conhecia o "descaroçadô", um engenho de pau movido a muque, chegou mais perto, coçou a cabeça branca e disparou:
- A "cana" é "átima" "pra quem sabe distribuí" é "informidáve".
Até hoje o garapeiro está tentando traduzir o que o velho disse.
Usava "óleo sativo" que tinha cheiro de "áio" e óleo de "rinso" pra "depurá" o sangue.
Até hoje o garapeiro está tentando traduzir o que o velho disse.
Usava "óleo sativo" que tinha cheiro de "áio" e óleo de "rinso" pra "depurá" o sangue.
Só quando moço vim saber que alho sativum tinha cheiro de alho e óleo de rícino era purgante.
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