sábado, 12 de setembro de 2015

UM ABRAÇO COMO ESTE SERIA BOM


 


Para eu ter certeza de que ainda estou viva.
Digo ainda, porque o planeta segue o seu rumo, mas não me leva junto.
Sou completamente desapegada das coisas mundanas, dos vícios mundanos, das corriqueirices mundanas. Mas claro que nunca deixo de ser sensível quando posso e nem sou dura o bastante para não tentar socorrer quem precise de alguma coisa.
Nasci com uma hérnia que até hoje me acompanha e imagino como deve ter sido triste a vida de minha mãe com um primeiro filho e ainda por cima doente.
Meus padrinhos de batismo foram o saudoso casal Nestor França e Marina Branca, esta, irmã de meu pai.
Minha infância transcorreu numa fazenda distante mais ou menos dois quilômetros da cidade de São Miguel Arcanjo, mas nem por isso curto a vida na roça; naquela época, havia muito sofrimento, pois as intempéries do tempo geravam grandes dificuldades econômicas para a família.
Meus padrinhos de crisma foram o saudoso casal de Capão Bonito, Orlando Venturelli e Therezinha Válio Vaz Venturelli, esta, prima de meu pai.
Em Capão Bonito reside a única tia que eu tenho, Myriam Lucy, esta irmã de meu pai, viúva de Alcindo Lopes de Almeida, hoje com 91 anos de idade. 
Aprendi com minha saudosa avó a gostar de orar e pratico isso diariamente, não importando o momento.
De minha mãe Maria Olímpia, herdei a humildade - minha mãe era extremamente humilde - mas meu pai completou: humildade sem subserviência.
Não conheci nenhum avô, mas herdei a veia poética de Luiz Válio, pai de meu pai, o único que deixou algumas coisas escritas sobre a cidade onde nasci.
De minha mãe, pouca coisa consegui resgatar, graças a um seu primo, o popular João "Peludo", e ao saudoso músico Alcides de Mattos que conheceu seus pais e a história do seu avô.
De meu pai Luiz Válio Júnior, resgatei muita coisa escrita por ele na imprensa local e regional.
Fumei dos 25 aos 48 anos de idade; quer dizer que estou ainda em processo de limpeza dos pulmões.
Bebi muita cerveja e vinho bom, mas nunca ao ponto de precisar de álcool para me sentir feliz.
Aposentei-me graças ao ter trabalhado em São Paulo; lá, morei em diversas pensões próximas à Avenida Paulista, depois no Parque Santo Antonio e em Pinheiros.
Fui muito feliz e fiz muita gente feliz; conservo algumas amizades daquela época até hoje.
Voltei a morar em São Miguel Arcanjo; cuidei de minha mãe pelo tempo que lhe restou de vida e resido na mesma casa onde ela viveu, próximo dos meus irmãos.
Minha vida hoje se resume em pesquisar, fotografar, escrever, versejar, criticar, resgatar histórias acerca das comunidades do interior de São Paulo e da família Válio e, para isso, venho mantendo diversos blogues.
Nunca busquei ter bem algum.
Meu único bem é meu filho, a pérola do mundo que me dá luz.
Neste dia, só peço um presente: que DEUS ampare as fraquezas e as dores do mundo, principalmente as presentes no âmago de meus sete irmãos e de meu único filho, porque eles são pessoas puras e sempre trilharam o caminho do bem.

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