"ONDE"
Entre a ânsia
e a distância
onde me ocultar?
Entre o medo
e o multiapego
onde me atirar?
Entre a querência
e a clarausência
onde me morrer?
Entre a razão
e tal paixão
onde me cumprir?
Entre a ânsia
e a distância
onde me ocultar?
Entre o medo
e o multiapego
onde me atirar?
Entre a querência
e a clarausência
onde me morrer?
Entre a razão
e tal paixão
onde me cumprir?
"SONETO TRISTE PARA MINHA INFÂNCIA"
De silêncios me fiz, e de agonia
vi, crescente, meu rosto saturado.
Tudo de mágoa e dor, tudo jazia
nos meus braços de infante degredado.
Culpa não tinha a voz que em mim nascia
pedindo esses desejos - sonho ousado
por onde o meu olhar navegaria
de cores e de anseios penetrado.
Buscava uma beleza antecipada
- a condição mais pura de harmonia
nessa infância de medos tatuada,
querendo-me em beber de inacabada
procura que, em meu ser, superaria
a minha triste infância renegada.
De silêncios me fiz, e de agonia
vi, crescente, meu rosto saturado.
Tudo de mágoa e dor, tudo jazia
nos meus braços de infante degredado.
Culpa não tinha a voz que em mim nascia
pedindo esses desejos - sonho ousado
por onde o meu olhar navegaria
de cores e de anseios penetrado.
Buscava uma beleza antecipada
- a condição mais pura de harmonia
nessa infância de medos tatuada,
querendo-me em beber de inacabada
procura que, em meu ser, superaria
a minha triste infância renegada.
(*1928, +1985)
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