quinta-feira, 20 de junho de 2013

"MANHÃS DE 32"



Manhãs de 32, soluços entrincheirados.
Manhãs de 32, rumores por todo o Estado.
Manhãs de 32, irmãos estão acuados.
Manhãs de 32, um dedilhado se houve no meio do fogo cruzado.
Manhãs de 32, conheço este belo som,
são trechos de uma canção, que antes da revolução
foliões cantavam em profusão, nos bailes acalorados.
Acordes felizes, de muita alegria, que naquela gente se via estampado no rosto animado.
Letra satírica, de um texto bem bolado, com muito significado, escritos de Lamartine Babo
Que nas manhãs de 32 falava ao povo amado como um recado a ser dado...
"Mulata, mulatinha, meu amor. Fui nomeado teu tenente interventor".
Manhãs de 32, os guerreiros já cansados.
Manhãs de 32, na trégua dos fuzis e dos canhões, se houve o brado do soldado,
Que ao perceber novamente o som dos acordes, fala ao irmão entrincheirado...
“Ô paulista, toca aquela do violão"... E assim acalmando o coração.
Manhãs de 32 cantarolavam Francisco Alves, abafando-se os canhões
Manhãs de 32, Mineiros e Paulistas, a trégua por um instante e a canção como “agregante”. 
Manhãs de 1932, como mães atentas, veem admiradas, tristes e acuadas a luta desvairada 
insana e sangrenta de filhos arredios que mal sabem o porque de tantas desavenças.
Soldados apaziguados ainda que só em um instante, demonstrando que a guerra altaneira 
poderia ter seu fim, se ao invés de fuzis fossem ouvidos mais canções despertando 
emoções e sentimento pueril.

Autoria de 
Euclides Cachioli de Lima

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