domingo, 23 de junho de 2013

O POETA DO MONTE SANTO



Chamava-se EDSON DE ABREU SOUZA e nasceu em 23 de junho de 1905, no município de Santa Branca-SP, no vale do Paraíba.
Desde cedo pôs o pé na estrada morando sucessivamente em Jacareí, São Paulo, Aurora, Santa Catarina, Mongaguá e finalmente em Itapetininga, residência no bairro do Monte Santo, onde era conhecido como "poeta" pelos vizinhos e inumeráveis amigos.
O poeta do Monte Santo possuía mais de 150 poesias, além de dezenas de músicas, valsas, sambas, marchinhas carnavalescas, toadas sertanejas, versões, etc... 
Produzia artesanalmente figuras de madeiras, carros de boi, vaquinhas, cavalinhos e outros. 
Quando não tinha seu trabalho editado ou gravado, o poeta divulgava-o da forma mais primitiva e original, recitando e cantando aos ouvintes, em pontos de ônibus, filas de banco, feiras ou mesmo nas ruas. 
Dele transbordava poesias. 
Fez dessa arte uma ponte que o levava até aos outros, tornando suas vidas um pouco mais prazerosa. 
Era o que mantinha acesa a chama da sua existência e o tornava um ser especial.
De 23 a 26 de junho de 1995, houve o lançamento do livro "O Poeta de Monte Santo", promoção do Departamento de Cultura, Esportes e Turismo da Prefeitura Municipal. 
Esse primeiro volume o incluiu no Guinness Book - O livro dos Recordes, como o escritor brasileiro mais idoso a publicar seu primeiro livro em janeiro de 1995, com 89 anos e 7 meses de idade.
Edison de Abreu e Souza, o Poeta do Monte Santo, é Patrono da cadeira número 29 ocupada pelo confrade Sérgio Majewski (foto). 

Também emprestou seu nome a uma escola localizada à Rua Dr. Francisco de Assis Iglesias, 84, no Jardim Monte Santo, em Itapetininga.

UM POEMA:
Lenço Riscado

Este lenço riscado,
velhinho, já bem desbotado,
que trago no bolso meu,
é lembrança do passado
que tenho sempre guardado,
foi minha mãe quem me deu.

Há muitos lenços no mundo,
há muitos lenços iguais,
mas esse lenço riscado,
velhinho, já desbotado,
quem me deu não me dá mais:
foi minha mãe querida
que sofreu tanto na vida,
hoje não vive ela mais.

Sempre no dia das mães,
data que nunca esqueci, 
pra minha mãe levo flores
colhidas no meu jardim.
Fica ela tão contente
ao receber o presente,
que olha do céu pra mim.

Nenhum comentário: