sexta-feira, 5 de junho de 2015

UM EX-VEREADOR FOLCLÓRICO E AVANÇADO

“Avante Itapetininga. Para o Progresso!” Assim com o braço direito estendido e punhos cerrados, bravamente, exortava à população local a fim de que todos trabalhassem arduamente pela cidade onde residiam. A proclamação – sua marca registrada - era a bandeira do então vereador Benedito Alves durante os 12 anos em que exerceu o cargo legislativo, votado pelos itapetininganos nos anos de 1988 a 2000.
Petebista aguerrido, seguidor apaixonado pela sigla que consagrou Getúlio Vargas com um dos maiores presidentes do Brasil, Ditinho, líder popular, eleito sempre por significativo número de sufrágios, originários de cidadãos de várias camadas da população, especialmente os residentes nas vilas Arruda e Olho D’água. Seu orgulho, até hoje, consiste em declarar que jamais decepcionou aqueles que nele confiaram e tem certeza absoluta que “cumpriu sua obrigação com o município, com a população e até com o Brasil”. 
Evidentemente, sua atuação repercute ainda pelos projetos que favoreceram a coletividade, tanto no aspecto social, como na área econômica. Que o digam sua participação ativa e eficiente na extinção da “Semana Inglesa”, argumentando categoricamente sobre a necessidade premente da abertura total do comércio aos sábados, medida necessária para que a economia do município e facilidade aos cidadãos, que por vezes realizavam compras em localidades vizinhas, prejudicando sensivelmente toda Itapetininga. 
Foi proeminente seu empenho na elaboração da “Lei Orgânica do Município”, onde dentre outros artigos sobressaia-se a isenção de impostos a pequenos e médios empresários, decisão muito bem aceita pela totalidade dos comerciantes. 
Através de sua emenda na LOM foram acrescentadas as igualmente, as isenções às pequenas construções, agricultura familiar, feirantes e outros produtores de menor porte. 
Grande e vibrante, o seu trabalho junto com outros parlamentares, na luta insana por melhores salários aos funcionários, servidores e aos professores pertencentes aos quadros da Prefeitura, durante as administrações dos prefeitos Tardelli (duas gestões) e Ricardo Barbará. 
Um de seus projetos, com repercussão que ultrapassou os limites do município, recaiu na reivindicação do retorno à Itapetininga de 924 alqueires de terra localizadas onde se encontram atualmente a Vila Mazei, o clube de campo do “Venâncio Aires” e a área da Fazenda Boi Gordo. A prefeitura havia adquirido essas áreas do Governo Estadual em 1924. Lembra-se, na ocasião, do acirrado debate travado entre Ditinho Alves e seu colega José Ribeiro, sobre a legislação das terras em questão. 
Sugestão que pretendia transformar em projeto-lei e que se estenderia em todo âmbito nacional foi a surpreendente exposição de argumentos sobre a “doação de órgãos de presos condenados – por crimes hediondos - , a enfermos que necessitassem da parte do corpo de um ser vivo encarregado de função vital”. Nesta sessão da Câmara, encontrava-se presente o atual vice-presidente do Brasil Michel Temer e espantado pela apresentação e dissertação do assunto, declarou ser o “projeto ousado e poderia ser taxado de atitude nazista”. 
Benedito Alves, hoje com 72 anos, natural de Anhembi, além de se estabelecer com mercearia, atuou nesta cidade como construtor e feirante. Praticou esporte, principalmente o Box e, admirava o futebol não só brasileiro, incentivando, na ocasião, o DERAC (Departamento de estrada e Rodagem Atlético Clube). Da Câmara Municipal guarda gratas realizações e sente não realizar algo mais por “esta terra que o adotou e a quem ama demasiadamente”. 

Texto escrito pelo jornalista Alberto Isaac para o jornal Correio de Itapetininga.

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