Reportagem de Ubiratan Leal, 27 de maio de 2015
A quarta amanheceu quente em Zurique.
Logo nas primeiras horas do dia, a polícia suíça entrou no congresso da Fifa para prender diversos dirigentes, entre os quais José Maria Marin, ex-presidente da CBF, e Nicolás Leoz, ex-presidente da Conmebol, a pedido da Justiça dos Estados Unidos.
As acusações são de diversos esquemas de corrupção e lavagem de dinheiro da entidade nos últimos 20 anos, o que inclui o processo de escolha das sedes das Copas do Mundo de 2018 e 2022.
Joseph Blatter não foi indiciado, mas a previsão é de que as prisões tenham um impacto grande nas eleições presidenciais da entidade, programadas para esta sexta. O suíço é favorito a sua quarta reeleição diante da concorrência de Ali bin Al-Hussein, príncipe da Jordânia.
As autoridades não haviam divulgado a lista de dirigentes detidos, mas o jornal New York Times divulgou uma relação com base em informações que seus repórteres teriam apurado dentro das autoridades suíças.
São eles:
José Maria Marin - brasileiro, ex-governador de São Paulo 1982-83), ex-presidente da CBF (2012-15) e ex-presidente do Comitê Organizador da Copa 2014;
Nicolás Leoz - paraguaio, ex-presidente da federação paraguaia (1971-73 e 1979-85), ex-presidente da Conmebol (1986-2013) e membro do Comitê Executivo da Fifa de 1998 a 2013;
Eugenio Figueredo - uruguaio, ex-presidente da federação uruguaia (1997-2006) e ex-presidente da Conmebol (2013-14);
Jack Warner - trinitário, ex-presidente da Concacaf (1990-2011);
Jeffrey Webb - caimanês, presidente da federação das Ilhas Cayman (desde 1991) e presidente da Concacaf (desde 2012);
Eduardo Li - costarriquenho, presidente da federação costarriquenha (desde 2007) e representante da Concacaf na Fifa;
Julio Rocha - nicaraguense, ex-presidente da federação nicaraguense (1988-2012);
Costas Takkas - caimanês, secretário-geral da federação caimanesa;
Rafael Esquivel - espanhol, presidente da federação venezuelana (desde 1988).
A história de amor entre José Maria Marin e São Miguel Arcanjo começou exatamente no dia 27 de maio de 1.981, quando ele ocupava o cargo de Governador de São Paulo em exercício (era então vice-governador).
Nesse dia ele a
firmou que não tinha nenhum receio de disputar com Laudo Natel ou Reynaldo de Barros qualquer tipo de Convenção, para ser o candidato do PDS ao governo paulista.
Sabe por que ele fez essa declaração?
Porque o então prefeito de São Miguel Arcanjo, Luiz Gonzaga Albach, o popular "Zaga", lançou seu nome como pré- candidato do PDS durante uma cerimônia realizada no Palácio dos Bandeirantes, à qual ambos compareceram.
"Zaga" esteve lá agradecendo ao Marin a destinação de verbas para os municípios do interior e terminou seu discurso dizendo:
- "O nosso desejo de coração é Marin - 82".
Para Marin, aquilo foi "uma manifestação espontânea de companheiros que fazem política e que naturalmente pretendem dinamizar o partido".
OBS: Não deu Marin.
Deu que Marin tornou-se "Cidadão São-miguelense" desde 01
de abril de 1.981, conforme projeto de decreto legislativo número 06/80, de autoria do vereador Policarpo Torrel Neto, eleito prefeito em sucessão ao Albach.
Quanto mérito teve para isso?
Acho que nenhum!
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