Foi o escritor Jorge Amado quem disse:
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"Não pode haver criação literária mais popular e que mais fale diretamente ao coração do povo do que a Trova.
É através dela que o povo toma contato com a poesia e por isto mesmo a Trova e o Trovador são imortais".
Mas o poeta para ser Poeta precisa saber contar o verso.
Se não souber o que é escansão, ou seja, o ato de medir o verso, não é Poeta.
Veja as trovas abaixo.
De
Clério José Borges:
Nesta casa tão singela
Onde mora um Trovador
É a mulher que manda nela
Porém nos dois manda o amor.
De Eva Reis:
Ficou pronta a criação
Sem um defeito sequer,
E atingiu a perfeição
Quando Deus fez a mulher.
De João Cândido:
O filho do carpinteiro
foi um artista profundo
o que fez esse luzeiro ?
Fez um conserto no mundo.
De Raul Pederneiras:
O filho do carpinteiro
foi um artista profundo:
com três cravos e um madeiro
fez a redenção do mundo !
De Fernando Pessoa:
O poeta é um fingidor,
finge tão completamente,
que chega a fingir que é dor
a dor que deveras sente.
De
Olavo Bilac:
Mulher de recursos fartos!
Como é que está impenitente,
tendo no corpo dois quartos,
dá pousada a tanta gente?
De Menotti Del Picchia:
Saudade, perfume triste
de uma flor que não se vê.
Culto que ainda persiste
num crente que já não crê.
De Mário de Andrade:
Teu sorriso é um jardineiro,
meu coração é um jardim.
Saudade! Imenso canteiro
que eu trago dentro de mim.
De Cecília Meireles:
Os remos batem nas águas:
têm de ferir para andar.
As águas vão consentindo
- esse é o destino do mar.
De Luiza Válio:
Carinhos iguais aos teus
no mundo inteiro não há;
é brasa que num vem vindo
faz minha alma viciar.
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