quarta-feira, 10 de junho de 2015

BOM DIA!



Bom é poder tirar uns minutos da manhã só para retardar o rolar da vida lá fora.
Bom é ouvir um piano gostoso embalando assim, tocado, por exemplo, por um Artur Rubinstein, o polonês que foi o maior pianista do século XX e que viveu a vida de milagre em milagre, como dizia, deixando um exemplo para a juventude que às vezes desembesta como o gado para o campo das abstrações, da inércia, das intoxicações, quer dizer, da INCONSCIÊNCIA, vivendo num mundo apertado demais, bitolado demais, à margem da VIDA.
Artur Rubinstein, um dia, também tentou acabar com a própria vida.
A depressão que o foi arrastando para o abismo fora ocasionada pelas críticas desfavoráveis quando de um concerto seu, aos 19 anos, no Carnegie Hall, Estados Unidos; isso, depois que deu um show em Berlim, ao lado da Filarmônica de Berlim, com apenas 13 anos de idade.
Um dia, desesperado, acabou pegando de uma corda qualquer disposto a dar cabo à vida; aconteceu que a corda rompeu-se, sem nem ao menos machucá-lo.
A partir de então, ele viveu para bendizer a vida. 
E foram muitos momentos de uma longa vida, pois viveu de 1887 até 1982.
Sempre que lembrava do passado, lastimava-se:
- Quando saí para a rua, percebi que tolo eu tinha sido. Haver pessoas se movimentando nas ruas, flores crescendo numa pracinha... era um espetáculo maravilhoso, divino. Aprendi então que a felicidade não é sorrir, ter dinheiro ou boa saúde, embora estas sejam condições que vale a pena ter. Felicidade realmente é apenas viver, aceitar a vida como ela se apresenta. Estou apaixonadamente enredado na vida. Viver, poder falar, ver, andar... tudo é um milagre. Adotei a técnica de viver de milagre em milagre. Sinto que o que as pessoas tiram de mim é esta perspectiva da vida, que transparece na minha música.
Quais os seus planos para hoje?
Que tal apenas aceitar o milagre da vida?
BOM DIA, MAS BOM DIA MESMO!

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